Brasil enfrenta nova geração venezuelana na Copa América

O favoritismo da Seleção Canarinho contra a Venezuela é inconteste; entretanto, nos últimos anos, o abismo técnico entre as duas equipes, que se enfrentam na hoje à noite, na Arena Fonte Nova, em Salvador, tem diminuído

Legenda: Seleção Brasileira enfrenta uma Venezuela que não é mais tão fraca quanto antes
Foto: Lucas Figueiredo/CBF

O Brasil sempre foi, e provavelmente, sempre será favorito quando entrar em campo contra a Venezuela. Porém, a cada ano, não tem sido mais aquela "barbada" que nos acostumamos a pegar. O confronto de logo mais na Arena Fonte Nova, em Salvador, pode representar uma decolagem na 2ª chance de Tite no comando canarinho, ou uma consolidação da "Vino Tinto" (como é conhecida a seleção venezuelana) em um cenário de perspectivas mais felizes para a sua nação.

Nosso País não é um "mar de flores" na economia e na política, mas nada se compara ao caos vivido pela população vizinha. A Venezuela passa talvez por sua maior crise da história, tratando-se da vida real, aquilo que transcende as quatro linhas. Um povo que convive com uma inflação muito alta, com falta de moradia, comida e saúde.

O que isso tem a ver com o futebol? Simplesmente tudo. O Brasil mantém uma regularidade na qualidade da Seleção porque o celeiro de jogadores é infinitamente maior. Num território bem mais restrito e com bem menos incentivo e visibilidade, encontrar garotos "bons de bola" pode ser considerado um "milagre".

É por isso que essa atual geração venezuelana de jogadores, sob o comando do ex-goleiro Rafael Dudamel, merece ser exaltada.

O atual técnico vem de um trabalho de muito garimpo e que, em meio a todos os graves problemas, já rendeu o maior fruto da história futebolística da país: levou a seleção sub-20, em 2017, ao vice-campeonato mundial, na Coreia do Sul, ao ser derrotada na final para o forte time da Inglaterra, por 1 a 0.

Enquanto a Seleção Brasileira se perde no próprio estrelismo e cada vez mais o patriotismo parece diminuir, dando lugar à fama, os rivais de hoje à noite, com poucos jogadores conhecidos até por quem acompanha futebol, tornam-se gigantes em seu país.

Soteldo, que joga no Santos, Seijas, que passou por Internacional e Chapecoense, o experiente Salomón Rondón, do Newcastle, da Inglaterra, são alguns dos nomes, além dessa nova geração que busca seu espaço no mundo da bola.

Performance melhor

O histórico recente comprova que a distância entre Brasil e Venezuela, pelo menos dentro de campo, tem encurtado com o tempo. Nos últimos confrontos de Copa América, por exemplo, empate em 0 a 0, em 2011; e vitória suada por 2 a 1, em 2015, com gols de Thiago Silva e Firmino.

Mas o abismo, claro, ainda é grande. O Brasil só perdeu para "La Vino tinto" uma única vez, em 2008, por 2x0, em um amistoso sob o comando de Dunga. Daniel Alves é o único remanescente daquela derrota histórica, e sabe da melhoria de nível do adversário: "Tem uma geração de jovens muito promissores, que deve ser respeitada. Temos que planejar o jogo muito bem".