Bons resultados fazem Michel Macedo sonhar alto no esqui alpino

Atleta cearense está competindo no circuito universitário americano após representar o Brasil na Olimpíada de Inverno 2018. "É bom para o meu esqui"

Legenda: Brasileiro de 20 anos mora nos EUA desde os quatro anos da idade
Foto: Foto: FOTO: Dimitar Dilkoff/AFP

As histórias de brasileiros nos esportes de inverno costumam contar com pontos comuns, como ter de treinar fora do País e as dificuldades para se preparar pela falta de boa estrutura. Michel Macedo, do esqui alpino, que é cearense, passa por parte disso, mas pelo menos está conseguindo uma preparação adequada e, em consequência, alcançado bons resultados.

Michel, de 20 anos, começou no esqui alpino quando ainda brincava com as pranchas, na infância. A família do atleta se mudou para Portland, em Oregon, nos EUA, quando tinha quatro anos, para que o pai pudesse estudar em uma universidade americana. Aos 12, Michel começou na "base" do esporte.

Crescendo gradativamente, escolheu representar o Brasil. Em 2018, veio a primeira chance nos Jogos Olímpicos, em PyeongChang. Uma lesão no ligamento, entretanto, quase impediu sua participação. "Fiz muita fisioterapia, e o médico aprovou que eu realizasse a descida. O resultado não foi o que eu esperava, não estava bem física e psicologicamente, mas se podia, eu mandei ver", relata.

No esqui alpino, o atleta tem de descer uma montanha no menor tempo possível enquanto bate em bandeiras fincadas na neve, sem errar nenhuma - Michel não conseguiu completar as descidas sem erros.

Depois, ele passou nove meses em recuperação da lesão, perdendo a temporada sul-americana, que vai de abril a meados de setembro. "Foi difícil, mas foi importante para ficar 100%". Voltou a tempo de iniciar a temporada do hemisfério norte, em novembro.

A nova temporada trouxe evolução para o brasileiro. Após ser aceito em uma faculdade, começou a ter uma boa estrutura de treinos e a competir bem no circuito universitário. "Estou num time novo, e treinar com caras tão bons ou melhores ajuda bastante", afirma Macedo, que estuda no Middlebury College, em Middlebury, no Estado de Vermont.

Dessa forma, Michel alcançou o recorde brasileiro da modalidade, com 27,97 pontos, em 17 de fevereiro, e o ouro no slalom gigante em uma competição universitária (da NCAA, 1ª divisão), em 17 de março. "Meu foco está no circuito universitário, que é bom para o meu esqui. Mas vou tentar juntar pontos no ranking para ir à Copa do Mundo".