Atleta Jaqson é cortado da seleção por doping

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Delegação brasileira que está em Pequim teve, ontem, dois desfalques nas equipes de handebol masculino e judô feminino

Pequim. Atleta Jaqson Kojoroski, armador da Seleção Brasileira de Handebol, foi cortado do time que disputará os Jogos de Pequim. Segundo informações da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), ele foi excluído por ter dado positivo em exame antidoping, de substância não revelada. O atleta de 29 anos será substituído pelo pivô Alexandre Rodrigues, da Unopar/Londrina.

“Nós da Confederação Brasileira de Handebol colocamos os atletas à disposição do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para a realização de exames antidoping justamente para coibir esse tipo de atitude e infelizmente aconteceu esse caso”, disse o presidente da entidade, Manoel Luiz Oliveira.

Jaqson era nome certo em todas as convocações da seleção nos últimos anos. O armador fez parte do grupo campeão dos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo-2003 e voltou a integrar a equipe nacional em Atenas, em 2004.

Quarto maior goleador brasileiro na Olimpíada, Jaqson marcou 16 gols no campeonato, atrás apenas de Bruno Souza, Adalberto e Helinho. Em 2007, o jogador chegou a romper os ligamentos do cotovelo nas quartas-de-final do Pan do Rio de Janeiro. Mas sabendo da gravidade dessa lesão, Jaqson despistou os médicos e se recusou a fazer exames no local.

Apesar do problema, Jaqson seguiu no time e ajudou o Brasil a garantir o bicampeonato. “Só ficamos sabendo hoje [terça-feira]. O atleta estava conosco durante a preparação no Japão, mas voltou para resolver problemas pessoais. O Alexandre Rodrigues saiu ontem do Brasil e chega, amanhã”, despistou Cássio Marques, chefe da equipe de handebol nacional, que disse não saber qual substância foi detectada no exame do armador. A Seleção Brasileira de Handebol estréia nos Jogos Olímpicos de Pequim, próximo domingo, às 3 horas (horário de Brasília) contra o selecionado da França.

O segundo desfalque na delegação brasileira para os Jogos de Pequim, este por problema físico, foi no time do judô. A atleta Érika Miranda (21 anos, da categoria até 52kg), apresentou lesão no joelho direito após exame dos médicos da CBJ (Confederação Brasileira de Judô) e COB e foi cortada.

Prata no Pan 2007

Érika, prata no Pan do Rio, já apresentava inchaço no período de treinos em Minas Gerais. Na preparação no Japão, se dedicou à fisioterapia, mas não se recuperou para disputar a Olimpíada. Ontem, após ressonância magnética em Pequim, foi vetada por decisão do médico da seleção, Wagner Castropil, e diretor médico do COB, João Granjeiro.

CONGESTIONAMENTO
Nadador César Cielo distribui ‘pezadas’ para poder treinar

Pequim. Para enfrentar o congestionamento no parque aquático de Pequim, com cerca de 136 nadadores em uma única piscina, o jeito é apelar. E o brasileiro César Cielo disse, ontem, durante o treinamento da natação no Cubo d´Água, na capital chinesa, que às vezes precisa “passar por cima” e “dar pezadas” nos outros atletas para conseguir treinar e se preparar para os Jogos Olímpicos.

“É difícil, o pessoal do (nado) peito é chato e às vezes a gente leva umas pernadas, mas tem que se adaptar. É uma guerra na piscina”, comentou Cielo. Aliás, piscinas lotadas serão a tônica dos próximos dias de preparação em Pequim.

VÔLEI DE PRAIA
Renata/Talita afirma que calor é um aliado

Pequim. Contrariando a opinião de muitas duplas, preocupadas com o forte calor em Pequim nos últimos dias, as brasileiras Renata e Talita acham que as altas temperaturas serão um forte aliado na briga pelas medalhas no torneio de vôlei de praia. Acostumada a jogar nestas condições no Brasil, Talita acredita que o calor será uma vantagem sobre as adversárias nos Jogos Olímpicos.

“O calor não nos assusta, até gosto desse clima. Acho até que é vantagem para nossas duplas. Estamos acostumadas a jogar em qualquer temperatura. Em locais frios, as européias levam vantagem, mas aqui é bom para gente”, analisou a jogadora.

A dupla treinou sob sol forte, ontem, na quadra central do Chaoyang Park Ground, que abrigará as disputas de vôlei de praia da Olimpíada. O objetivo foi se adaptar às condições que encontrarão no primeiro jogo da competição, contra as mexicanas Garcia e Candelas.

Ao entrar em quadra, às 13h (local), Renata e Talita enfrentaram temperatura perto dos 40°C, mas isso não tirou o ânimo e disposição delas, que optaram por treinar no mesmo horário do jogo de estréia. Em Olimpíada não tem cansaço, nem dificuldade, só superação. O calor acaba virando algo psicológico”, explicou Renata.

VÔLEI MASCULINO
Equipe chegou a Pequim e já foi trabalhar na quadra olímpica

Pequim. Nem bem colocou os pés fora do avião na capital chinesa, a Seleção Brasileira Masculina de Vôlei já começou a trabalhar na Vila Olímpica em Pequim. Trabalhando “apenas para tirar o avião das costas”, como explicou o técnico Bernardinho, a equipe desembarcou do Japão, onde realizou a sua aclimatação, prometendo dar a volta por cima após a frustrante quarta colocação na Liga Mundial.

“Estamos um pouco frustrados, mas sabemos que não somos um time imbatível. Porém, o Brasil nos últimos anos conquistou o respeito internacional por ter vencido mais do que perdido. Quem resiste a sete anos de pressão e chega ao lugar mais alto do pódio olímpico não pode ser chamado de time que não suporta pressão”, ressaltou o técnico Bernardinho.

O Brasil estréia na Olimpíada dia 10, contra o Egito, no Ginásio da Capital. Depois pega a Sérvia (12), Rússia (14), Polônia (16) e Alemanha (18).

CURIOSIDADES
Jogos Olímpicos
Por Airton Fontenele

Brasil nos Jogos - XII
Olimpíada de 1932 (Los Angeles)

Por falta de recursos financeiros, o Brasil quase não participava, outra vez, de sua terceira Olimpíada. Para arrecadar recursos, os atletas tiveram que bancar vendedores das 50 mil sacas de café levadas no ´Itaquacê´, com a delegação, até chegar a Los Angeles. O resultado financeiro não foi bom. Os 58 atletas competiram em seis esportes: atletismo, natação, pólo aquático, remo, saltos ornamentais e tiro, sem conquistarem medalhas. Devemos destacar Lúcio de Almeida Castro, sexto no salto com vara, as equipes de remo em quarto, e a nadadora Maria Lenk, única mulher na delegação, esta embora sem obter classificação, após disputar os 100 metros livre, 100 metros costas e 200 metros peito. Maria Lenk, falecida em 16/abril/2007, com 92 anos, primeira atleta feminina latino-americana a participar das Olimpíadas, foi homenageada nos Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, dando nome ao parque aquático, um dos mais modernos do mundo.

Brasil nos Jogos - XIII
Olimpíada de 1936 (Berlim)

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB), reativado em 1935, passou a ter a responsabilidade de enviar as delegações nacionais aos Jogos Olímpicos. O Brasil levou um grupo de 95 atletas (90 homens e cinco mulheres), para a disputa de 10 modalidades esportivas: atletismo, basquete, boxe, ciclismo, esgrima, natação, pentatlo moderno, remo, tiro e vela. João Havelange, ex-presidente da antiga CBD (1958/1974) e Fifa (1974/1998), fez parte da equipe de natação do Brasil, juntamente com a inesquecível nadadora Maria Lenk. Apesar de os brasileiros atingirem três Olimpíadas seguidas (1924, 1932 e 1936) sem a conquista de medalhas, merecem citações Sílvio Magalhães Padilha, nos 400 metros com barreiras, José Salvador Trindade, nas provas de tiro esportivo, e a nadadora Piedade Coutinho, nos 100 metros livres, todos no quinto lugar. Os Jogos de Berlim foram, também, pretexto para demonstrações da Alemanha de Hitler na exaltação à raça ariana. Três anos depois eclodia a II Grande Guerra Mundial na tentativa de expansão do regime nazi-fascista derrotado pelas nações aliadas, dentre as quais o Brasil, em 1945.

Brasil nos Jogos - XIV
Olimpíada de 1948 (Londres)

Em face da Segunda Grande Guerra não tivemos os Jogos Olímpicos de 1940 e 1944. O Brasil levou uma delegação de 79 atletas (68 homens e 11 mulheres), disputando 11 modalidades esportivas. Finalmente a equipe masculina de basquete, sob o comando de Moacir Daiuto, conquistava a sua primeira medalha e a única do Brasil em Londres, de bronze, com os seguintes jogadores: Marson, Alexandre, Alfredo Mota, Évora, Bráz, Benvenuti, Marcus Vinícius, Massinet, Pacheco, Ruy de Freitas e Zenny de Azevedo (´Algodão´). Em natação, embora sem ganhar medalhas, destaques para a nadadora Piedade Coutinho (400 metros livre e nos 4x100 metros livre em equipe) e para o nadador Willy Otto Jordan, nos 200 metros peito.