Análise: Leão jogou sem a mesma raça de sempre

Fortaleza fica apenas no empate com o Athletico, na Arena Castelão

Legenda: Com time praticamente reserva, o Fortaleza encontrou mais dificuldades em jogo com Furacão Partida foi de muita pegada e com poucas chances reais de gol ao longo dos 90 minutos na Arena Castelão
Foto: FOTOS: KID JUNIOR

O Fortaleza jogou melhor apenas no segundo tempo, o que não foi suficiente para superar o Athletico/PR, na noite de ontem, na Arena Castelão, pela Copa do Brasil.

O empate em 0x0 não foi muito bom para o Leão do Pici, visto que o Furacão decidirá quem será o classificado para as quartas de final em casa, na Arena da Baixada, dia 5 de junho. Um novo empate levará a decisão para as penalidades máximas.

Veja mais

>Confira classificação atualizada da Série A
>Em jogo morno, Fortaleza empata com Athletico-PR no jogo de ida das oitavas da Copa do Brasil
>Análise: Leão jogou sem a mesma raça de sempre
>Tom Barros: ganhar na Baixada é a nova missão tricolor
>Ceni e Boeck comentam sobre empate com Athletico-PR e já projetam confronto contra Chapecoense
>Wilton Bezerra: empate em jogo ruim
>Confira como foi Fortaleza X Athletico lance a lance

Como vem enfrentando uma sequência muito difícil de jogos pela Série A do Campeonato Brasileiro, pela Copa do Brasil e Copa do Nordeste, o técnico Rogério Ceni, do Leão do Pici, resolveu poupar vários jogadores, lançando um time misto para o duelo de ontem à noite no Castelão.

Com essas mudanças todas na formação principal, o Tricolor sentiu o ritmo e o entrosamento e mostrou uma queda de rendimento.

O jogo em si deu sono no torcedor nos primeiros 15 minutos, porque o Fortaleza retraia, esperando o adversário para encaixar os contra-ataques, os quais apareceram, mas sem objetividade.

Quatro

Rogério Ceni manteve apenas quatro jogadores que atuaram na partida anterior, que foi contra o São Paulo, pela Série A: a dupla de zaga, formada por Juan Quintero e Roger Carvalho e os atacantes Marcinho e Romarinho. O resto foi todo modificado.

O Athletico teve um maior volume de jogo na primeira etapa, praticamente segurando o Fortaleza no campo de defesa. Entretanto, o Furacão cruzava mais bola na área do que conseguia penetrar.

A presença da zaga titular, Quintero e Roger Carvalho, deu uma compactação maior, evitando que o clube atleticano conseguisse penetrar na defensiva tricolor.

Legenda: Meia Edinho entrou no segundo tempo mas não conseguiu desenvolver o seu futebol
Foto: Foto: Kid Júnior

André Luís

O treinador do Leão escalou o atacante André Luís, recém-chegado do Corinthians para fazer a estreia, entretanto, o atleta teve uma atuação apagada, não conseguindo ainda se encaixar no modelo de jogo. Teve muitas dificuldades para reter a bola no ataque. Mostrou-se estar sem ritmo de jogo e acabou sendo substituído no intervalo.

O primeiro tempo, portanto, não teve atrativo nenhum para quem foi à Arena Castelão e esperava lances de emoção por parte do Tricolor.

Muito trabalho

Na primeira etapa, os laterais do Athletico, Erick, pela direita e Renan Lodi, pela esquerda, estiveram sempre presentes em jogadas ofensivas, orquestradas pelo meia Nikão. Na frente, os atacantes Marco Ruben e Rony deram trabalho à defensiva tricolor.

O Fortaleza não tinha articulação na meia cancha e ao buscar os contra-ataques, com Romarinho e Marcinho, conseguia chegar à área adversária, mas sem objetividade nos cruzamentos ou finalização das respectivas jogadas. Dentre os laterais, Bruno Melo se projetou mais o ataque do que Tinga, do lado direito.

Bem marcado

O Fortaleza chegava bem pelas pontas, com Marcinho e Romarinho, mas os cruzamentos não encontravam André Luís, que estava bem marcado pelos zagueiros Lucho Gonzales e Léo Pereira.

Volantes

A ideia de entrar com dois volantes que saem muito para o jogo, como Paulo Roberto e Felipe Araruna, acabou não surtindo muito efeito, do ponto de vista de propor o jogo. Tanto Araruna como Paulo Roberto erraram muitos passes, quando se projetaram para o ataque. Além disso, tiveram que impedir o avanço dos meias do Athletico, mas nesse aspecto se saíram bem.

Oportunidades

Vale dizer que, apesar de todo o poderio do Athletico, em termos de ser uma equipe experimentada em grandes competições, ele não teve oportunidades tão claras para abrir o placar em cima do Fortaleza. Os poucos arremates a gol foram defendidos por Böeck.

Pode-se afirmar que o Fortaleza melhorou mais no segundo tempo, quando saiu o atacante André Luís para a entrada de Edinho. Coletivamente, o time começou a pressionar o Athletico, que não teve mais o domínio territorial da primeira etapa.

Fechou

Rogério Ceni logo notou que pela esquerda, o Athletico levava mais problemas ao Tricolor, pois havia o apoio de Renan Lodi, com o apoio do meia Nikão. Com isso, Rogério dobrou a marcação, fazendo com que o meia Marlon auxiliasse Tinga e ao mesmo tempo puxasse o contra-ataque.

E Marlon se destacou nesses dois quesitos, marcando bem e puxando os contra-golpes pela direita. As principais jogadas de ataque do Leão no segundo tempo saíram dos pés de Marlon. Ele teve também a chance de fazer o placar favorável, chutando de esquerda para fora, na pequena área.

Em outro momento, Marlon puxou contra-ataque, cruzou para a área e Edinho chegou atrasado para finalizar.

O Leão volta a jogar no próximo domingo (19), às 16 horas, contra a Chapecoense, na Arena Condá.