Análise: Ferrão sofre no meio-campo e perde para o Náutico

Time coral fez uma partida ruim, não conseguiu se impor e conheceu o primeiro revés dentro de casa na Série C do Brasileiro ao sofrer gol nos acréscimos

O Ferroviário fez um jogo abaixo da crítica no retorno à Arena Castelão e acabou superado pelo Náutico, por 1 a 0, ontem, em partida que fechou a 12ª rodada da Série C do Brasileiro. O gol do Timbu foi marcado pelo meia Matheus, de voleio, aos 46 do segundo tempo.

O resultado acaba com a invencibilidade do Tubarão da Barra em casa na competição, mas mantém o time soberano na liderança do Grupo A, com 23 pontos, cinco a mais que o próprio time pernambucano, agora 5º colocado na tabela. Na próxima rodada, o Ferrão enfrenta o Globo/RN, no sábado (20), às 17 horas, no Rio Grande do Norte, enquanto o Náutico encara o Treze/PB, no domingo (21), às 18 horas, no Estádio dos Aflitos.

Restando seis jogos para o encerramento da primeira fase, o Ferrão está a quatro pontos de atingir a média histórica que classifica ao mata-mata da 3ª divisão: 27.

Sem identidade

O Ferroviário fugiu das origens diante do Náutico. Armado no 4-3-3, o time coral não conseguiu se impor dentro de campo e viu um adversário que administrou bem a posse de bola, impedindo as investidas corais em velocidade.

Com um meio-campo menos preenchido, o Ferrão se desorganizou taticamente e abandonou o DNA ofensivo para se resguardar na defesa. Não recebia investidas, mas também abdicava de agredir ao deixar Cariús isolado no ataque e o acionando apenas com passes longos, facilmente neutralizados.

Responsáveis pela criação, Janeudo e Juninho Arcanjo pouco produziram em um time que era obrigado a contra-atacar e não tinha afunilamento nas laterais. É bem verdade que os goleiros pouco trabalharam, mas a grande chance de abrir o marcador no primeiro tempo foi dos pernambucanos, em escapada de Thiago, que ficou sozinho com Nícolas e arrematou à esquerda do goleiro, para fora, aos 41 do primeiro tempo.

Postura agressiva

A volta do intervalo foi marcada por um Tubarão da Barra com linhas de marcação adiantadas e tentando assumir as rédeas do confronto com maior movimentação no último terço do campo. Imposição que surtiu efeito, nos primeiros 20 minutos, contra o Náutico até então confortável, com um único volante de contenção escalado no 4-5-1 armado pelo técnico Gilmar Dal Pozzo.

O ponto positivo ficou com a aproximação de Mazinho no ataque, o que conectou Jeferson Caxito na partida. Pelo lado esquerdo, o atleta utilizou bem os espaços e chegou a carimbar a trave do Timbu em arremate da intermediária, aos sete minutos, em uma das raras investidas que venceram o ferrolho adversário. Pouco se comparado ao que foi apresentado ao longo da competição.

Castigo no fim

Mesmo sem intensidade e imprimir velocidade, falta pernas para o Ferroviário na etapa final. Muito exigidos ao longo do duelo, os zagueiros Afonso e Da Silva apresentavam segurança, mas ficavam expostos ao adversário. De baixo das traves, Nícolas salvou o Tubarão da Barra em uma arremate à queima- roupa de Wallace Pernambucano, em triangulação dentro da área do Ferrão.

Consistente, a melhor defesa entre os representantes do Grupo A foi vencida aos 46 do segundo tempo, quando Hereda surpreendeu a marcação e cobrou lateral dentro da área coral. Wallace Pernambucano protegeu e conseguiu passe para Matheus, sozinho, arrematar sem chances de defesa.

Fim da hegemonia

O revés encerrou os 100% do Ferrão contra os pernambucanos na Série C. Antes do duelo, o time havia batido o Santa Cruz, duas vezes, e o próprio Náutico, nos Aflitos.