Análise: acabou a agonia do Ceará

Precisando de apenas um empate para continuar na elite, Ceará saí atrás, empata com pênalti de Thiago Galhardo e comemora a permanência, garantindo sua terceira participação seguida em pontos corridos

Legenda: Com gol de Galhardo, Ceará empata com o Botafogo fora e permanece na Série A
Foto: FOTO: JOÃO CARLOS GOMES/MYPHOTO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

A torcida alvinegra pode respirar aliviada: o Ceará se manteve na Série A do Campeonato Brasileiro para 2020. O Vovô, que chegou para a 38ª rodada com risco de queda, em uma disputa particular com o Cruzeiro, precisava apenas de um empate com o Botafogo, ontem, no Engenhão, e conseguiu o resultado almejado, empatando em 1 a 1.

O Vovô saiu atrás no placar aos 38 minutos do 1º tempo, deixando sua torcida ansiosa para a etapa final, com o empate parcial do Cruzeiro, no Mineirão, diante do Palmeiras. Afinal, uma vitória celeste o rebaixaria caso o placar no Rio de Janeiro se mantivesse.

Mas no 2º tempo, o panorama do jogo mudou, com o Ceará empatando aos 20 minutos com Thiago Galhardo, de pênalti. A comemoração foi ainda maior após o Cruzeiro sofrer dois gols no Mineirão, praticamente confirmando o Vovô na elite para 2020.

Assim, o Alvinegro conseguiu segurar o resultado vital para suas pretensões e não contar com uma reviravolta em Minas Gerais.

Após o apito final e permanência garantida, a comemoração dos jogadores evidencia um alívio da equipe do Ceará. Pois uma queda para a Série B representaria interromper o crescimento do clube, seu patamar de consolidação no futebol brasileiro. Com a continuidade na elite do futebol brasileiro, o Vovô conseguiu o feito de jogar por três anos seguidos na Série A de pontos corridos: 2018/ 2019/ 2020.

As palavras de Ricardinho após o jogo evidenciam mais alívio do que comemoração, já que a campanha foi muito abaixo da esperada, levando em conta os investimentos do clube. As lições devem dar a tônica para não repetir em 2020 o sufoco deste ano. Afinal, somar apenas 39 pontos e encerrar a Série A com um jejum de sete jogos sem vencer é preocupante. "Ficamos muito felizes com a permanência do Ceará na Série A, mas sabemos que não foi um campeonato da maneira que planejamos. O que fica é a permanência e que temos que planejar. Ano que vem tem que ser diferente, temos que brigar por coisas melhores e não só para continuar. Acredito que coisas melhores virão no próximo ano", disse o volante do Ceará.

Suficiente

Por precisar apenas de um empate para permanecer, o Ceará de Argel Fucks entrou em campo com uma formação precavida, com o zagueiro Eduardo Brock improvisado de lateral-esquerdo, três volantes (William Oliveira, Ricardinho e Auremir) e com Mateus Gonçalves na frente, para puxar os contra-ataques, com Galhardo de referência.

A estratégia funcionou em boa parte do 1º tempo, mas o equipe caiu defensivamente na no fim da partida, permitindo o gol do Botafogo, aos 38 minutos da etapa inicial.

Com o risco de queda real com a derrota parcial, Argel Fucks voltou com o Ceará ofensivo, com Cristovam e Wescley nos lugares de Brock e Auremir.

As mudanças surtiram efeito e o Vovô cresceu na partida, criando mais chances. E o gol da salvação saiu aos 20 minutos, após pênalti confirmado após revisão de VAR e convertido por Thiago Galhardo.

Depois do gol, o Ceará se acalmou, e ainda mais com os dois gols sofridos pelo Cruzeiro, segurando o placar que pretendia e comemorar uma permanência sofrida, mas essencial para o clube em 2020.

Ficha Técnica

Série A do Brasileiro - 38ª rodada
Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ)
8 de dezembro de 2019

Botafogo 
Diego Cavalieri, Marcinho, M. Benevenuto, Gabriel, Lucas Barros (Yuri), Jean, João Paulo
(Wenderson), Marcos Vinícius (Lucas Campos), Rhuan, Luis Henrique, Vinícius Tanque
Técnico: Alberto Valentim

Ceará 
Diogo Silva, Samuel Xavier, Valdo, Luiz Otávio, Eduardo Brock (Cristovam), William Oliveira (Pedro Ken), Auremir (Wescley), Ricardinho, Felipe Silva, Mateus Gonçalves e 
Thiago Galhardo. Técnico: Argel Fucks

Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP). Gols: Marcos Vinicius (BOT) e Thiago Galhardo (CEA). Cartões amarelos: Eduardo Brock e William Oliveira (CEA)