Ana Patrícia e a cearense Rebecca são esperança no Vôlei de Praia

Em grande fase, após vencer etapa quatro estrelas do Circuito Mundial de Vôlei de Praia, Ana Patrícia e Rebecca lideram corrida olímpica e são esperança do Estado para conquista de uma medalha em 2020

O Vôlei de Praia é o esporte que mais rendeu medalhas em Olimpíadas ao Estado do Ceará. A tradição na modalidade vem desde os tempos de Franco e Roberto Lopes. Agora, o legado de conquistas segue após mais uma renovação comandada pelo técnico Reis Castro. A dupla da vez é formada por Ana Patrícia e Rebecca. Atuais líderes da corrida olímpica, elas tiveram o maior título da carreira profissional neste mês de janeiro. Em Haia, na Holanda, venceram uma etapa quatro estrelas do Circuito Mundial.

Cada vez mais consolidadas entre as melhores do planeta, não tiveram dificuldade ao longo do torneio. Foram seis vitórias e apenas um set perdido. Na decisão, bateram as norte-americanas Sarah Sponcil e Kelly Claes, pelo placar de 2 sets a 0, com parciais de 21/10 e 21/18. O êxito valeu 800 pontos no ranking da Federação Internacional de Voleibol (FIVB).

"A gente vem trabalhando bastante há muito tempo em busca de grandes objetivos. Então, foi a coroação de todo trabalho. A gente brincou que esse fim de ano, a gente não teve férias. Eu não pude ir para casa. Acho que foi a primeira vez que eu não pude fazer isso. A gente treinou no Natal, viajou na virada de ano", destacou a mineira Ana Patrícia, de 1,94m. Campeã dos Jogos Olímpicos da Juventude em 2014, a atleta veio morar em Fortaleza no ano seguinte exclusivamente para treinar no projeto do professor Reis.

Início promissor

Desde 2017, quando iniciou a dupla com a cearense Rebecca, Ana Patrícia já venceu algumas etapas do Circuito Brasileiro e Sul-Americano. No Circuito Mundial, as duas chegaram ao terceiro pódio. No ano passado, na China, conquistaram um ouro em Qinzhou e uma prata em Yangzhou.

"A gente tem uma união muito boa, e isso faz a diferença. Parece que a gente joga fácil, mas não é assim tão fácil. É mais o entrosamento, o treino, o dia a dia. É o que eu falo, todo sacrifício tem uma recompensa", indicou Rebecca.

A jogadora de 1,75m esteve na corrida olímpica passada, mas deixou o sonho um pouco de lado com a gestação da filha Isabella. "A minha vontade, a minha concentração, a minha dedicação é muito maior agora para 2020 (Jogos Olímpicos de Tóquio). Acho que a gente tem total chance. Eu procuro buscar um objetivo de cada vez. Lógico que todo atleta pensa nas Olimpíadas, mas eu penso em cada campeonato, em cada aprendizado", completou.

No mesmo CT onde Ana Patrícia e Rebecca trabalham diariamente, no bairro da Sapiranga, as supercampeãs Juliana e Larissa treinaram durante quase uma década. Todas essas atletas foram moldadas pelo técnico Reis Castro. Diante da nova dupla vencedora, ele vive a expectativa de chegar à quarta presença olímpica da carreira.

"A gente não pode pensar de uma maneira diferente. Eu quero ir, pelo menos, para as três próximas edições. E eu vejo com todas as possibilidades. Elas evoluíram bastante, estão no caminho certo", destacou o treinador.

A dupla vai voltar a disputar etapas do Circuito Mundial só em abril. Antes, terá pela frente etapas do Circuito Brasileiro. Dois times se classificarão para os Jogos do Japão: o melhor ranqueado internacionalmente e um indicado pela Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). Elas devem estar entre essas duas duplas.