“Quando ela chega perto, traz luz e alegria”: como a presença das crianças torna os dias melhores

Das gargalhadas divertidas, acompanhadas por olhinhos que sorriem junto, às perguntas e respostas disparadas com a sinceridade típica da inocência, meninos e meninas transformam rotinas, humores e pessoas ao redor

Escrito por Theyse Viana , theyse.viana@svm.com.br
Legenda: Marília, 28, ao lado da filha, Maria Júlia, que há dois anos ensina à família, todos os dias, um pouco mais sobre afeto, leveza, amor e alegria
Foto: Kid Júnior

"Uma criança reorganiza o mundo antes mesmo de desembarcar”. A frase, da artista cearense Fernanda Meireles, sintetiza o poder imenso que as presenças tão miúdas têm de transformar o redor. Em tempos pesados, como os atuais, é ainda mais óbvio: as crianças, diante de tanta incerteza, são alívio. E a saudade que fica se as gargalhadas agudas não vêm reforçam ainda mais a ideia – são elas, diminutas que são, que tornam os dias melhores.

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Quando Maria Júlia veio ao mundo, há dois anos, por exemplo, trouxe consigo pelo menos três bagagens: nos olhos, esperança; no sorriso, alegria; na presença, leveza. Quando o olhar mirou o da mãe, transmitiu força. Quando o sorriso se abriu em gargalhada, a alegria se acendeu em luz, enchendo salas, quartos, cozinhas e corações. Quando a presença invadiu correndo as rotinas dos pais, tios, primos, avós, amigos e até desconhecidos, a vida inteira se tornou um abraço.

“Com a chegada da Maria Júlia, todos os meus dias se tornaram melhores. Ela trouxe uma força, desde quando eu tava grávida, e fez o meu corpo se reinventar. Há momentos em que, pra gente, falta esperança, vontade de viver e vencer, e ela renasceu isso dentro de mim. Olho pra ela e vejo a pureza, a essência e inocência de criança, mas ao mesmo tempo uma luz diferente”, descreve a mãe da menina, Marília Alves, 28.

Foto: Kid Júnior

A vinda de Maria não era esperada, mas a presença passou a ser. Depois do nascimento, qualquer ocasião se tornou desculpa para as reuniões familiares, cujo intuito real era estar com ela. “Minha gravidez dela foi uma surpresa, mas uma notícia bem-vinda e muito feliz, e tinha agora mais um motivo pra unir ainda mais a família: a única bebê. Todos queriam saber que horas eu estaria na casa dos meus avós, pra ficar paparicando a Maria Júlia”, relata a mãe, desfiando o rosário de familiares e agregados que disputavam para tomar a bebê nos braços.

“Às vezes a pessoa nem conhece ela, é alguém mais velho, mais fechado, mas ela vai chegando devagarinho, dá tchau, manda um beijo, e já consegue estabelecer uma relação com a pessoa, mesmo sem conhecer. Isso me faz muito feliz, ver que a Maria Júlia consegue tornar não só meu dia mais leve, mas de outras pessoas também. Quando tava grávida, pedi a Nossa Senhora que ela viesse cheia de luz e com todos os dons de Maria. E hoje, quando a vejo encantando tanta gente ao redor, trazendo tanta felicidade e amor, sei que meu pedido foi atendido”, emociona-se Marília.