Médicos e estudantes atendem população em situação de rua da capital durante pandemia

Projeto social leva assistência médica aos pacientes em situação de vulnerabilidade social, além de alimentos, roupas e materiais de higiene

Escrito por Redação , metro@svm.com.br
Foto mostra distribuição de alimentos
Legenda: Voluntários se organizam para realizar curativos, distribuir medicamentos e outros serviços de assistência médica.
Foto: Maria Nice Alencar

Os voluntários da Rede de Médicas e Médicos Populares - Ceará, cerca de 30 estudantes e profissionais formados, trocaram o ambiente das salas de aulas e dos consultórios para ir às ruas de Fortaleza atender a população em situação de vulnerabilidade social. As demandas, intensificadas pela pandemia do novo coronavírus, são por medicamentos, tratamentos básicos e alimentação.

Os voluntários atuam em parceria com outros projetos sociais da Capital e realizam atendimentos de assistência médica, conforme as escalas definidas pela organização da iniciativa. “A gente está, principalmente, em dois braços com atenção à população em situação de rua, junto com a Rede Rua, que agrega vários coletivos que se reuniram há uns 75 dias para prover banho, refeição, kits de higiene e doações de roupas”, explica Rafaela Barros, uma das coordenadoras do projeto.

São promovidas atividades diariamente nas comunidades do Grupo Espírita Casa da Sopa, Pastoral do Povo da Rua, Liceu do Ceará, Associação Pequeno Nazareno, no Centro, e do Oitão Preto, no bairro Moura Brasil. Os voluntários tratam queixas dermatológicas, diarreia, fazem curativos, cuidam de hipertensos, casos de violências e as demandas geradas por abuso de álcool e de drogas.

Mortes por Covid-19 em Fortaleza

Rafaela Barros, também estudante de medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), destaca a relação entre vulnerabilidade social, pandemia e saúde com as necessidades evidências no período. Ela observa aumento de desemprego e suspensão de atividades de renda como as feitas por catadores de reciclagem nos locais atendidos. “A gente não sabe até quando vai a pandemia e, mesmo depois, as pessoas que estão em vulnerabilidade permanecerão ou ficarão em situação pior”, reflete.

Os medicamentos são comprados com recursos próprios e distribuídos em maletas para uso dos voluntários que registram os atendimentos em controle interno. “Hoje a gente está tentando uma articulação com a Secretaria de Saúde para a gente receber receituário e que essas pessoas consigam medicação nas unidades básicas e solicitar exames, mas ainda estão construindo esse diálogo”, acrescenta.

Foto mostra médico voluntários
Legenda: Voluntários buscam compreensão da medicina de forma mais ampla do que a observada pela sociedade.
Foto: Maria Nice Alencar

Em parceria com outras organizações, os voluntários também conseguem disponibilizar espaços para banho e higiene das pessoas em situação de vulnerabilidade social, além da distribuição de quentinhas. Os interessados em contribuir com o projeto podem fazer doações de dinheiro, alimentos, medicamentos e também como voluntário do projeto.

Para nós é muito importante fazer esse trabalho no sentido de compreender a saúde para além de uma perspectiva biomédica. Compreender as vulnerabilidades e subjetividades das pessoas também é falar sobre saúde em um conceito ampliado

Doações

Rafaela Barros de Sousa
Banco do Brasil
Operação 001
Ag 3472-X
CC 61920-5
CPF 04606464356

Instagram: Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares

Assuntos Relacionados
Assuntos Relacionados