Laboratório Íris, do Ceará, amplia o acesso a serviços e informações à população durante a pandemia

A equipe de cientistas do Governo do Estado trabalha com plataformas digitais para levar atendimento à população, e dar apoio na tomada de decisões por parte da gestão pública

Escrito por Redação ,
Legenda: O Laboratório Íris foi criado em 2019 e funciona dentro da Casa Civil
Foto: Divulgação

Em meio a um contexto de incertezas, logo no início da pandemia do coronavírus no Ceará, foi um processo de transformação digital que permitiu alcançar soluções tanto para a população quanto para a gestão pública. Esse trabalho partiu do Laboratório Íris, uma unidade de dados e inovação que vem garantindo o acesso a informações – para enfrentamento da Covid-19 – e a serviços voltados ao público.

O Íris foi criado em 2019 pelo Governo do Ceará e funciona dentro da Casa Civil. Durante a pandemia, entre março e abril, a equipe foi acionada para ajudar a criar soluções no âmbito digital para o governo, e fazer o atendimento da população. A partir de então, teve início um trabalho em cooperação com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa). 

Pelo menos cinco iniciativas foram criadas como resultado dessa proposta, conforme explica José Macedo, cientista-chefe de Dados e Transformação Digital do Governo do Estado e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC). “O Plantão Coronavírus foi o primeiro deles, que tinha o objetivo de fazer um atendimento mais eficiente. Nós entramos em lockdown e o atendimento do cidadão estava limitado, então criamos uma solução digital onde, através de um computador ou smartphone, a pessoa podia ser atendida via chat, ‘robotizado’, ou remotamente, por enfermeiros ou médicos”, detalha. 

Em seguida, foi lançado o Plantão Saúde Mental, cuja ideia surgiu com a percepção de que a ansiedade e a depressão passaram a se tornar mais frequentes entre a população. Também foi criado um sistema de priorização de exames através do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). “Era muito importante priorizar os pacientes com comorbidades, mais velhos, então a gente fez todo um trabalho de integração de dados pra priorizar a informação desses exames”, ressalta Macedo. 

Reconhecimento 

O cientista-chefe também cita a criação do Boletim Digital Covid-19, que traz dados epidemiológicos e assistenciais ligados à doença, com o objetivo de ajudar na tomada de decisões por parte da Sesa. O último trabalho desenvolvido foi o Ceará App, que, por sua vez, trouxe como prioridade absoluta o acesso a serviços.

“Entendemos que, naquele momento, era muito importante levar os serviços públicos na ponta, porque a maioria das pessoas não poderiam sair de casa para serem atendidas, então criamos esse sistema e colocamos vários serviços, inclusive um deles era o que a gente chamou de ‘Caminho Saudável’, que a ideia era permitir que a pessoa pudesse acompanhar seus trajetos, saber se estava em risco de contrair a doença ou não. Adicionamos vários, hoje já tem 40 serviços digitais nesse aplicativo”, afirma. 

Esses resultados foram frutos de um esforço em conjunto com o Programa Cientista Chefe da Funcap, a UFC e a Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice), e foram reconhecidos nacionalmente após o Laboratório Íris ser agraciado com a Medalha Espírito Público. Neste ano, o Prêmio homenageou os governos que fizeram trabalhos essenciais no momento de pandemia. 

Para José Macedo, a premiação reflete o esforço realizado e serve como incentivo tanto para a equipe, como para o Estado. “A gente ficou muito feliz de ter o reconhecimento e de mostrar que estamos no caminho certo. Estamos acompanhando como os serviços vêm sendo usados. Foi um passo muito importante nesse momento”, comemora.