Dados dos testes de vacina de Oxford podem ficar prontos ainda em 2020

A vacina está na fase 3 de exames clínicos e é testada no Brasil

Escrito por Redação ,
Foto: EVA HAMBACH / AFP

Os dados dos testes da vacina contra a Covid-19 produzida pela Universidade de Oxford e testada no Brasil podem ficar prontos para serem enviados a órgãos reguladores ainda em 2020. O anúncio foi feito pelo cientista Andrew Pollard, diretor do Grupo de Vacinas de Oxford, nesta terça-feira (25). As informações são do portal G1.

Brasil poderá ter distribuição de vacina de Oxford contra a Covid-19 em janeiro de 2021

"Se tudo der certo, teremos a vacina em dezembro", diz Ministério da Saúde

Segundo Pollard, caso os casos se acumulem rapidamente nos ensaios clínicos, os dados serão repassados para os agentes reguladores até o fim deste ano. A partir daí, os órgãos de regulação avaliam os dados dos testes.

O cientista afirmou que a AstraZeneca, farmacêutica que integra a parceria para a produção da vacina, deve encaminhar os dados assim que os cientistas estiverem satisfeitos. 

"O tamanho dos estudos não é a questão, o que é necessário ter são casos suficientes se acumulando durante o tempo de observação dos testes", afirmou o diretor.

Pollard ressaltou que não é possível buscar atalhos para acelerar a aprovação para uso emergencial. A concessão de autorização envolve dandos cuidadosamente conduzidos e evidências de que a substância funciona, explica o cientista. 

O Brasil começou a testar voluntários para a fase 3 de ensaios clínicos no dia 24 de julho. Os testes, que estão a cargo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e outras instituições parceiras, envolvem 5 mil voluntários de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Testes também são realizados na Grã-Bretanha e na África do Sul.

As pesquisas das fases 1 e 2, exigidas pelo procedimento científico, apontaram que a candidata é segura e produz resposta imune. Foram descartados efeitos adversos graves provocados pela vacina. Os estudos registradas relatos de pequenos sintomas, como dores locais ou irritabilidade, aceitos em vacinas contra outras doenças.

Os testes da fase 3, feitos em larga escala, devem fornecer uma análise definitiva da eficácia e segurança da vacina. A substância precisa ser capaz de criar anticorpos contra o Sars-coV-2. 

Produção no Brasil

A Fiocruz, do Ministério da Saúde, e a AstraZeneca assinaram um acordo entre os laboratórios para a transferência de tecnologia e produção de 100 milhões de doses da vacina. Uma medida provisória do Governo Federal prevê um credito orçamentário extraordinário de R$ 1,9 bilhão para viabilizar a transferência

Será R$ 1,3 bilhão para pagamentos à AstraZeneca, a serem previstos no contrato de encomenda tecnológica. Segundo a Fiocruz, caso as previsões se confirmem, a expectativa é que o país passe a produzir nacionalmente a vacina a partir do segundo semestre de 2021.

A Bio-Manguinhos será responsável pela transformação do princípio ativo e fará a formulação final das vacinas, além de envasar, rotular e entregar o material para que o Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde faça a distribuição. 

Assuntos Relacionados