Associação Peter Pan oferta atendimento psicológico online para cuidadores e pacientes

Durante o tratamento do câncer infantojuvenil, instituição promove suporte profissional por meio da tecnologia

Escrito por Redação ,
Legenda: Instituição cuida de crianças e adolescentes com câncer em Fortaleza
Foto: Foto: Divulgação

As imposições de distanciamento social não limitaram o suporte emocional e apoio psicológico ofertado pela  Associação Peter Pan (APP) a pacientes e familiares. Em maio deste ano, durante o lockdown, a instituição deu início aos atendimentos psicológicos online e hoje, depois de sete meses, já foram cerca de 1.000 consultas segundo a representante do setor de saúde mental. 

Além das crianças e adolescentes em tratamento do câncer no Centro Pediátrico do Câncer (Hospital Peter Pan), a ação também presta apoio aos cuidadores, voluntários e funcionários da APP. "Como nosso trabalho é com pacientes oncológicos pediátricos, a saúde psicológica é um assunto muito sério desde o começo [do tratamento], porque começamos a atuar desde o diagnóstico, junto a essas pessoas. Então se esse acompanhamento é necessário em um cenário normal, em todo esse cenário de confusão causado pela pandemia, a necessidade se tornou mais aguda", explica Mariana Bruno, psicóloga e coordenadora do setor de Saúde Mental do APPA. 

Segundo a psicóloga, doenças como ansiedade, depressão e vários outros transtornos mentais são aguçados pelo isolamento social, a realidade desses pacientes e familiares, que já sustentam uma carga psicológica e emocional muito grande. Além disso, muitos que já eram acompanhados no modelo presencial são do interior do Estado, então viram a necessidade de não interromper esses atendimentos ao longo da pandemia. "Alguns pacientes tiveram que vir para algumas consultas presenciais do tratamento, mas os mais estáveis ficaram em casa, muitos no interior, e não podíamos interromper a prestação desse serviço", aponta a psicóloga. 

Durante esses meses, os encontros continuaram acontecendo três vezes por semana, no período da manhã, por meio de aplicativos como Skype ou Hangouts. Os atendimentos foram realizados por psicólogos formados e preparados para escutar, apoiar e ajudar as pessoas a lidar, não somente com o câncer infantojuvenil, como também oferecer suporte para conseguirem enfrentar o momento de incertezas e preocupações. 

De acordo com a coordenadora, o número expressivo de procura, durante todo esse periodo, por parte dos cuidadores surpreendeu o setor de saúde mental. "Nós fizemos atendimentos para todas essas categorias, mas tivemos mais procura vinda dos cuidadores, apresentaram uma demanda grande. Desde o começo do projeto, lá no início do ano até agora, novembro, já fizemos cerca de mil atendimentos, um número bem expressivo", aponta Mariana.


Atendimento remoto

Com a diminuição de casos na Capital e a volta do funcionamento dos serviços, os atendimentos presenciais voltaram a acontecer, mas os atendimentos online foram mantidos devido aos bons resultados observados. 

"Nós decidimos manter os atendimentos, porque foi muito benéfico para essas pessoas, principalmente os profissionais de saúde e cuidadores. Então nós estamos mantendo para atingir essas pessoas que ainda não podem está no presencial”, enfatiza. “Ainda temos um bom número de atendimentos online, nisso tem essas pessoas do interior, que não podem se deslocar até Fortaleza. Então abrimos esse leque", conclui a coordenadora e psicóloga, que também acredita que o projeto fará parte da realidade no pós-Covid.

  

 

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