A educação, muito além de substantivo, é uma palavra que transcende e precisa ser tratada como uma espécie de fronteira porque conecta mundos, impacta pessoas, territórios e comunidades, a partir de mudanças que podem levar a avanços sobre questões que vão desde emprego e renda à garantia de direitos humanos, saúde e autoestima. São muitos os aspectos sociais atravessados pela educação, por isso, o Diário do Nordeste inicia em dezembro a veiculação da terceira edição do especial jornalístico Terra de Sabidos.
A edição deste ano, “Terra de Sabidos, histórias de vai e volta”, conta a trajetória de 8 egressos de escolas da rede pública estadual do Ceará que, após concluírem o ensino médio, ingressaram na universidade, no mercado de trabalho ou mesmo em projetos sociais, e retornaram às suas comunidades, ou a territórios que de alguma maneira contribuíram com a sua história de vida, compartilhando iniciativas de impacto social positivo, com benefícios possibilitados, sobretudo, pela educação.
O especial deste ano traz 8 reportagens multimídia, com minigrafias no youtube, com esses ex-alunos da rede pública envolvidos em projetos relacionados a biblioteca comunitária, participação feminina na tecnologia, turismo de aventura, saúde mental, entre outros.
A edição deste ano, “Terra de Sabidos, histórias de vai e volta”, foi idealizada, produzida e escrita pela repórter Thatiany Nascimento, com edição de Dahiana Araújo. O fotógrafo que integra a equipe de reportagem é Davi Roca e a coordenação de jornalismo é de Karine Zaranza. A distribuição do material nas redes sociais do Diário do Nordeste é produzida pelo jornalista Arthur Calado.
Histórias de "vai e volta"
Para contar essas histórias, a equipe de reportagem viajou a cidades cearenses como Russas, Canindé, Icó, Pacatuba e Horizonte para acompanhar os entrevistados em suas respectivas áreas de atuação, além de entrevistar em Fortaleza outros egressos da rede pública, cujas iniciativas são desenvolvidas em bairros periféricos como Barra do Ceará, Bom Jardim e Pirambu.
Na região do Vale do Jaguaribe, a universitária Sofia Desidério, que foi aluna de escola pública profissionalizante no interior do Ceará, desde que ingressou no ensino superior tem atuado para fortalecer na região a participação feminina na área da tecnologia da informação e na computação E isso com ações voltadas para o público que ainda está no ensino fundamental e médio.
Em Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), a jovem indígena Sara Mércia, que é ex-aluna de uma escola pública indígena e que está em conclusão da graduação de Ciências Biológicas, tem trabalhado para garantir a preservação dos conhecimentos tradicionais do seu povo: os Pitaguarys.
No trabalho mais recente, ela investigou os saberes populares de mulheres indígenas sobre plantas medicinais e os catalogou, produzindo um documento digital no qual é possível conhecer plantas medicinais utilizadas pelos ancestrais na comunidade, as formas de uso e as finalidades.
No Centro Sul do Ceará, já nas proximidades da Paraíba, na cidade conhecida pelo rico patrimônio histórico, Icó, o egresso de escola pública, Rafael Bezerra, desde que ingressou no curso superior de Enfermagem tem encabeçado ações de impacto positivo para a população do próprio município.
Uma delas o desenvolvimento de um projeto voluntário, vinculado a uma faculdade particular, de inclusão de idosos na “formação universitária” de forma gratuita.
Terceira edição
Lançado em 2022, o projeto especial Terra de Sabidos no Diário do Nordeste dá visibilidade, através de produções jornalísticas, a ações relacionadas à educação pública no Ceará.
Nas três edições, histórias de alunos, professores, egressos e demais envolvidos no processos formais de ensino e aprendizagem, retratam que, apesar dos percalços por quais ainda passam os agentes da educação pública, os avanços possibilitados nos últimos anos são revertidos na formação de estudantes e vão além do foco no mercado de trabalho, gerando reflexões sobre garantia da dignidade e cidadania.
Na primeira edição, o Diário do Nordeste contou histórias de 10 estudantes da rede pública estadual do Ceará e da rede municipal de Fortaleza, que, via educação, tiveram as trajetórias alteradas, conquistado oportunidades, e reconhecimentos local, estadual e nacional com premiações.
Na segunda, foram trabalhadas trajetórias estudantes, professores e gestores de escolas públicas estaduais de tempo integral, discutindo o impacto desse modelo de ensino na vida dos alunos e de toda a comunidade escolar, assim como de cidades inteiras.