Mesmo após reforma, Gonzaguinha de Messejana só deve operar 100% no segundo semestre de 2025

Hospital foi fechado em novembro de 2022 para obras de requalificação e entregue no fim de 2024

Escrito por
Nícolas Paulino nicolas.paulino@svm.com.br
Fachada do Gonzaguinha unidade Messejana
Legenda: Unidade ainda tinha instalações elétricas sem funcionar, disse prefeito Evandro Leitão
Foto: Divulgação

Um dos equipamentos mais importantes da rede municipal de saúde de Fortaleza, o Hospital Distrital Gonzaga Mota de Messejana (Gonzaguinha da Messejana) só deve operar com capacidade total até o fim de 2025. Segundo o prefeito Evandro Leitão, em entrevista ao Diário do Nordeste nesta terça-feira (4), a unidade foi entregue pela gestão anterior sem estar completamente equipada.

A primeira etapa do hospital pós-reforma – fechado em novembro de 2022 para obras de requalificação – foi aberta em setembro do ano passado, com salas de parto, alojamentos e sala cirúrgica. Até o fim de 2024, foram concluídos os 107 leitos totais. Ao todo, foram investidos R$ 33 milhões na unidade, que tem ainda setor administrativo, ambulatório, banco de leite, lactário, cozinha e refeitório. 

No entanto, Evandro afirma que, atualmente, o Gonzaguinha funciona com menos de 40% da capacidade. “Entregaram as paredes, mas não adquiriram os equipamentos”, explica. “Foi uma bonita reforma, mas não tinha equipamento, nem energia. 50% do equipamento não tinha energia. No final de semana passado foi que consegui ligar boa parte”.

Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a manutenção na rede elétrica para ampliação da capacidade de energia no local ocorreu no dia 25 de janeiro.

Com a infraestrutura garantida, a gestão deve focar na aquisição de equipamentos, nos próximos meses. Porém, ainda não há previsão formal.

“Isso depende de processo licitatório”, esclarece o prefeito. “Eu não posso afirmar, mas imagino eu que num espaço de 8 meses, mais ou menos, até o final do ano. Mas operando 100% da capacidade, até o fim do ano. Antes disso, não adianta, que não vai dar”. 

Evandro qualifica a obra como “rito eleitoral”, entregue “durante a campanha”. Com a modernização, o Gonzaguinha de Messejana passou de 4.545 m² para 6.300 m² de área total construída. O aumento de leitos também passou de 85 para 107.

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Situação de outros hospitais

O prefeito também comentou a situação de outros hospitais da rede municipal, tomados por denúncias de falta de insumos, medicamentos, alimentação e cirurgias, no fim de 2024.

Ele considera “normalizada” a situação no Instituto Dr. José Frota (IJF) quanto ao fornecimento de remédios, insumos básicos e refeições. “Melhoramos quando tivemos a condição de melhoria do repasse mensal do Governo do Estado mensal, que era de R$6 milhões para R$10 milhões, fazendo um total de R$120 milhões por ano; anteriormente, eram R$72 milhões por ano”.

Além dele, o Frotinha de Messejana não está 100%, “mas está numa condição bem melhor” do que o Gonzaguinha da região. Já o Hospital Nossa Senhora da Conceição, no Conjunto Ceará, carece de atenção por problemas nas próprias fundações.

“Nesses próximos dias, está indo tanto uma equipe do CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará), como uma equipe nossa, para fazer um levantamento. Mas as condições físicas não estão boas”, salientou. “Estamos fazendo o levantamento de qual medida nós iremos tomar”.

O Hospital da Mulher, também vistoriado pelo prefeito, é considerado “subaproveitado, subutilizado”. “Dos 150 leitos que temos lá, apenas 100 estão funcionando. Do 100, no dia que eu fui, apenas 50% estavam ocupados”. 

Segundo Evandro, isso ocorre por “um conjunto de fatores”, que passa pela gestão e pela eficiência na aplicação de recursos. “Nós temos que reformular toda a rede, redimensionar essa rede, para que a gente possa ofertar de uma maneira mais eficiente o serviço para a população”, assegura.

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