Criança de 10 anos tem reação a transplante de medula e família abre vaquinha para tratamento em SP

O pequeno cearense recebeu doação de medula óssea do irmão, em agosto de 2020, mas o organismo reagiu contra as células

Escrito por Theyse Viana , theyse.viana@svm.com.br
Legenda: Lucas recebeu diagnóstico de leucemia aos 4 anos de vida. Hoje, aos 10, luta contra os efeitos da doença.
Foto: Arquivo pessoal

Realizar o transplante de medula óssea, em agosto de 2020, não foi o ponto final da luta do cearense Lucas, 10, contra o câncer. Após o procedimento, o menino desenvolveu a Doença do Enxerto Contra Hospedeiro (DECH), uma reação do organismo às células doadas.

Diagnosticado com leucemia aos 4 anos de vida, Lucas precisou receber doação de medula óssea do irmão, João Victor, 23, cujo material era 50% compatível com o dele. As reações começaram a aparecer, então, na boca e no pulmão; e foram prontamente tratadas.

A família já se organizava para voltar a Fortaleza, onde morava antes de precisar de mudar para São Paulo em busca de tratamento para o pequeno – foi quando Lucas desenvolveu a DECH nas pernas, como relata a mãe, Febrônia Bezerra, 50.

Ele fez radioterapia, pra diminuir a quantidade de linfócitos, que reagem às células doadas. É um tratamento experimental, pode dar certo ou não – a depender, a leucemia pode voltar. Com isso, não temos mais ideia de quando voltaremos a Fortaleza.
Febrônia Bezerra
Mãe de Lucas

Diante dos altos gastos com aluguel, transporte, consultas especializadas, tratamentos e medicamentos, e da impossibilidade de voltar para casa, Febrônia decidiu abrir uma vaquinha para arrecadar recursos que ajudem na continuidade do tratamento de Lucas.

“Só meu cartão vem mais de R$ 2 mil todo mês, só de medicamentos. Tenho meu salário, mas só ele não dá. E ainda tenho outros 2 filhos”, contextualiza.

Os interessados em contribuir com a vaquinha pode acessar a página aberta pela família, neste link.

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O que é a Doença do Enxerto Contra Hospedeiro (Dech)?

No caso do transplante alogênico – quando as células-tronco vêm da medula de um doador –, existe a possibilidade de elas reagirem contra o organismo do receptor, mesmo que o doador seja um irmão ou irmã, como no caso de Lucas. 

A DECH pode se manifestar de forma aguda ou crônica. Na aguda, a reação costuma ocorrer nos 2 primeiros meses e pode comprometer a pele, fígado ou trato gastrointestinal. Na crônica, surge em até 1 ano após o transplante e compromete vários órgãos, como olhos ou pulmão.

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