Foto: Elizângela Santos

Beata Maria de Araújo: quem foi a mulher por trás do milagre da hóstia

Quem foi a beata Maria de Araújo?

Maria Magdalena do Espírito Santo de Araújo foi uma mulher negra, analfabeta e pobre, nascida no povoado de Joaseiro, que viria a se tornar Juazeiro do Norte, no Ceará. Sua data de nascimento é estimada em 24 de maio de 1863

Foto: Prefeitura de Juazeiro do Norte

Desde os oito anos, era dedicada à vida de leiga devocionária sob a orientação do Padre Cícero. Tinha 27 anos quando foi protagonista dos milagres do “Sangue de Cristo” em Juazeiro do Norte.

Foto: Lincoln Sousa

Milagre da hóstia

Em 1889, ela teria recebido das mãos de Padre Cícero uma hóstia que se transformou em sangue na boca dela. O fenômeno aconteceu na Capela de Nossa Senhora das Dores, durante vigília na primeira sexta-feira da quaresma.

Foto: Divulgação/Secretaria de Cultura de Juazeiro do Norte

O fato se repetiu às quartas e sextas-feiras daquele mês de quaresma. O sangue que surgia na boca da beata era enxugado com panos que foram guardados por padre Cícero. A história se espalhou e as pessoas iam para Juazeiro ver o que era aquilo, dando início ao fenômeno das peregrinações.

Foto: Arquidiocese de Fortaleza

Indignação da Diocese cearense

O bispo da época, Dom Joaquim, ficou revoltado com a agitação que ocorria no Cariri. Por ordem dele, os panos expostos com o sangue da beata foram incinerados.

Foto: Prefeitura de Juazeiro

Denúncias

Maria de Araújo foi acusada de falsificar o fenômeno por meio de truques de química. Também foram atribuídas mazelas como tuberculose e úlceras bucais para justificar o suposto milagre.

Foto: Antonio Rodrigues/DN

Por que ficou esquecida?

Em 1894, a Igreja Católica condenou Maria à reclusão na Casa de Caridade do Crato, para que ela e seus supostos milagres fossem esquecidos. Seu nome não poderia ser mencionado.

Foto: Antonio Rodrigues/DN

Condenação da Igreja

Também foi determinado que Padre Cícero deveria negar que o sangue das partículas era de Cristo e calar sobre o assunto

Foto: Reprodução

Morte da beata

Maria faleceu no dia 17 de janeiro de 1914. Após 16 anos da morte, seu túmulo foi violado e destruído na Capela do Perpétuo Socorro por ordem do padre José Alves de Lima, então vigário de Juazeiro do Norte. Ninguém sabe onde estão seus restos mortais até hoje

Foto: Prefeitura de Juazeiro do Norte

Homenagens

O nome da beata vem sendo relembrado na cidade. Um busto foi erguido na praça em frente a Basílica de Nossa Senhora das Dores. Ela também nomeia uma rua no bairro João Cabral

Foto: Antonio Rodrigues/DN

O Museu Vivo do Padre Cícero, no Horto, possui uma estátua de Maria de Araújo ao lado do religioso. Além disso, um vitral e um jazigo vazio na Capela do Socorro homenageiam a mulher

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