Desde a segunda quinzena de novembro, a população tem visto os casos de Covid-19 no Ceará voltarem a crescer. Esse cenário, junto à baixa cobertura vacinal entre as crianças e com o reforço da vacina bivalente, levou a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) a intensificar a estratégia de vacinação com uma nova campanha em todo o Estado, que teve início na segunda-feira (4).
Apesar do aumento de casos da doença, a maioria dos pacientes tem apresentado quadros leves e a assistência fornecida pelo sistema de saúde não está comprometida, segundo a Secretaria. No atual contexto, é importante que a população atualize o esquema vacinal, uma vez que as vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) são eficazes contra as variantes em circulação no País e previnem sintomas graves e mortes.
Abaixo, o Diário do Nordeste listou algumas questões sobre a Covid-19 e sobre o atual cenário da doença no Ceará. Confira:
Quais os sintomas da Covid-19?
Os sintomas causados pela Covid-19 podem variar, dependendo da gravidade, desde casos assintomáticos até quadros leves, moderados, graves e críticos. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a maioria das pessoas com a doença desenvolvem sintomas leves (40%) ou moderados (40%). Mas aproximadamente 15% delas podem ter sintomas graves, com necessidade de suporte de oxigênio, e cerca de 5% dos pacientes podem apresentar a forma crítica da Covid-19. O órgão descreve os tipos de casos da seguinte forma:
Assintomático
Quando o teste laboratorial para a doença tem resultado positivo, mas não há manifestações sintomáticas.
Caso leve
Há sintomas não específicos, como tosse, dor de garganta ou coriza, seguido ou não de perda total do olfato (anosmia), perda do paladar (ageusia), diarreia, dor abdominal, febre, calafrios, mialgia, fadiga e/ou dor de cabeça.
Caso moderado
Pode incluir desde os sinais leves da doença, como tosse persistente e febre persistente diária, até a piora progressiva de outro sintoma relacionado à Covid-19 — como fraqueza muscular, prostração, hiporexia e diarreia. Também pode haver pneumonia sem sinais ou sintomas de gravidade.
Caso grave
A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) é caracterizada como uma síndrome gripal com falta de ar, desconforto respiratório, pressão persistente no tórax, saturação de oxigênio menor que 95% em ar ambiente ou coloração azulada de lábios ou rosto.
Em crianças, casos graves apresentam respiração acelerada (taquipneia), insuficiência de oxigênio no sangue (hipoxemia), desconforto respiratório, alteração da consciência, desidratação, dificuldade para se alimentar ou recusa alimentar, lesão miocárdica, elevação de enzimas hepáticas, disfunção da coagulação, rabdomiólise (síndrome grave que provoca a destruição das fibras musculares), letargia, convulsões, coloração azulada da pele ou saturação de oxigênio menor que 90% a 92% em repouso e ar ambiente.
Caso crítico
Tem como principais sintomas como sepse (síndrome causada por uma resposta desregulada a infecções), síndrome do desconforto respiratório agudo, insuficiência respiratória grave, disfunção de múltiplos órgãos, pneumonia grave, necessidade de suporte respiratório e internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
Quantas são as doses de vacinas contra a Covid-19?
A vacina contra a Covid-19 é indicada para toda a população a partir dos seis meses de vida, e o total de doses varia conforme a faixa etária. Na última terça-feira (5), o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica em que passa a recomendar uma dose de reforço da vacina bivalente para idosos a partir dos 60 anos ou pessoas imunocomprometidas acima de 12 anos. Em ambos os casos, elas devem ter recebido a última dose da vacina há mais de 6 meses.
Além disso, a Sesa liberou a primeira dose da vacina bivalente para adolescentes a partir dos 12 anos, "especialmente" até 15 de dezembro de 2023. Antes a recomendação era válida apenas para imunocomprometidos com esta idade. Confira o esquema vacinal para cada faixa etária:
6 MESES A 4 ANOS, 11 MESES E 29 DIAS
Esquema primário: 1ª dose (D1) + 2ª dose (D2) + 3ª dose (D3)
3 A 4 ANOS, 11 MESES E 29 DIAS
Esquema primário: 1ª dose (D1) + 2ª dose (D2)
5 A 11 ANOS
Esquema primário: 1ª dose (D1) + 2ª dose (D2)
12 A 17 ANOS
Esquema primário: 1ª dose (D1) + 2ª dose (D2)
Reforço: É indicado o reforço com a vacina bivalente a partir de 12 anos para pessoas elencadas no grupo de comorbidades. Especialmente até o dia 15 deste mês de dezembro de 2023, a Sesa liberou a primeira dose da vacina bivalente contra a Covid-19 para adolescentes a partir dos 12 anos.
MAIORES DE 18 ANOS
Esquema primário: 1ª dose (D1) + 2ª dose (D2)
Reforço: bivalente + 2ª dose da bivalente para idosos a partir de 60 anos
PESSOAS IMUNOCOMPROMETIDAS
Esquema primário: 1ª dose (D1) + 2ª dose (D2) + 3ª dose (D3)
Reforço: bivalente + 2ª dose da bivalente a partir de 12 anos
Para 2024, o Ministério da Saúde anunciou a inclusão da vacina pediátrica contra a Covid-19 no calendário nacional de vacinação, assim como o imunizante para a população de alto risco para agravamento da doença.
Onde tomar a vacina contra a Covid-19?
Com o aumento de casos de Covid-19 no Ceará, a Sesa deu início a uma nova campanha de vacinação contra a doença em todo o Estado. A população pode atualizar a caderneta vacinal nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) — os postos de saúde — de todos os municípios cearenses. Em Fortaleza, também há salas de vacinação nas unidades do Vapt Vupt Antônio Bezerra, Messejana e Papicu, que funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. No próximo sábado (9), será realizado o “Dia D” para reforçar a imunização.
Qual a nova variante da Covid-19?
O Sars-Cov-2, vírus que causa a Covid-19, continua circulando no Brasil e no mundo e precisa de constante monitoramento. Isso porque novas variantes de interesse (VOI, do inglês Variant of Interest) ou sob monitoramento (VUM, do inglês Variant under Monitoring) podem continuar surgindo e mudar o cenário epidemiológico da doença.
No último dia 21 de novembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reclassificou a BA.2.86 e suas sublinhagens de variante sob monitoramento para variante de interesse devido à quantidade de mutações identificadas na proteína Spike do vírus e ao aumento dos casos identificados com essa variante em vários países.
No Brasil, há 42 sequenciamentos da VOI BA.2.86 registrados, segundo informações da plataforma Global Initiative on Sharing All Influenza Data (GISAID). Eles foram realizados por laboratórios públicos e privados, e os casos foram registrados em residentes de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Ceará.
A OMS afirma que a população permanece com imunidade para a doença causada por essa variante e atualmente ela representa um baixo risco para a saúde pública ao nível global. Porém, a JN.1 — uma sublinhagem da VOI BA.2.86 — tem sido responsável pelo aumento de casos registrados no Ceará desde a segunda quinzena de novembro.
As sublinhagens JG.3, descendente da EG.5 (Eris), e BA.2.86.1, descendente da VOI BA.2.86, também circulam no Ceará. As três descendem de uma mesma variante do Sars-Cov-2: a Ômicron. Dessa forma, a vacina bivalente, que inclui a cepa original do vírus e a Ômicron, fornece proteção contra as três subvariantes.
Em entrevista coletiva realizada na última sexta, 1º de dezembro, as autoridades sanitárias do Ceará informaram que o aumento de casos no Estado tem ocorrido com quadros leves e sem impacto na assistência prestada pelas unidades de saúde. “Com isso, é fundamental a população reforçar as medidas de prevenção à Covid-19 para evitar a infecção e também o agravamento da doença”, afirmou a secretária da Saúde, Tânia Mara Coelho.
Como gerar o cartão da vacina contra a Covid-19?
O Certificado Nacional de Vacinação Covid-19 informa quantas doses do imunizante o usuário tomou e quando elas foram aplicadas. O documento deve ser gerado no ConecteSUS, plataforma do Ministério da Saúde. Para pessoas de Fortaleza, também é possível conferir as doses tomadas no Vacine Já e no Mais Saúde Fortaleza.
Onde fazer o teste de Covid-19 em Fortaleza?
Pessoas com sintoma de Covid-19 podem ter acesso a testes de antígeno na rede pública, por indicação médica, em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de todo o Estado. O secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, Antônio Lima Neto, explica que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os testes sejam descentralizados — e não mais em centros de testagem como ocorria durante as primeiras ondas da pandemia.
Na Capital, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) realiza testes RT-PCR para pacientes sintomáticos em postos de saúde sentinela, localizados nos seguintes endereços:
- Regional de Saúde I: Posto de Saúde Carlos Ribeiro (R. Jacinto Matos, 944 – Jacarecanga)
- Regional de Saúde II: Posto de Saúde Aída Santos (Av. Trajano de Medeiros, 813 - Vicente Pinzón)
- Regional de Saúde III: CDFAM (R. Pernambuco, 1674 – Panamericano)
- Regional de Saúde IV: Posto de Saúde Dom Aloísio Lorscheider (R. Betel, 1895 – Itaperi)
- Regional de Saúde V: Posto de Saúde Paracampos (R. Alfredo Mamede, 250 – Mondubim)
- Regional de Saúde VI: Posto de Saúde Melo Jaborandi (R. Trezentos Quinze – Jangurussu