Problemas acumulados

Passados seis meses após assumir o poder, Jair Bolsonaro tem ainda muito a mostrar para dar ao País a sensação de que atua para propiciar-lhe melhores dias. Neste tempo, vimos muitos problemas na relação do Executivo com o Legislativo. A polêmica reforma da Previdência e o pacote de medidas anticrime são, até o momento, os cavalos de batalha do atual Governo. Ambos apresentam aspectos controversos que complicam sua tramitação tranquila na Câmara dos Deputados. Muitos interesses estão em jogo e não são poucos os parlamentares que veem, nesses projetos, artigos que facilmente colocá-los-ão em dificuldades perante suas bases eleitorais. No caso da Previdência, particularmente, milhões de trabalhadores terão o sonho da aposentadoria no mínimo adiado por mais tempo além do que esperavam trabalhar até conquistarem esse direito. Para os trabalhadores mais jovens, sonho ainda mais distante, talvez até irrealizável, a julgar pela proposta que ora se encontra em discussão.

Para Bolsonaro e equipe, só com a aprovação da reforma o País sairá de seu marasmo, onde está há tempos. Recentemente, o Banco Central informou que a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2019, de início em 2%, será drasticamente menor, em torno de 0,9%. Apesar do otimismo com a assinatura de acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia – negociação iniciada há vários anos, bem antes da posse do atual presidente - , os frutos desta conquista demorarão ainda a surgir. Como resolver logo o problema dos mais de 13 milhões de desempregados que esperam por ocupação e não veem perspectivas imediatas de trabalho? E o crescimento econômico, que segue totalmente travado? São muitos os problemas acumulados e, até agora, pífia a agilidade do Governo em resolvê-los. E as bijuterias de nióbio apregoadas em Osaka, durante a recente reunião dos países do G-20, certamente não serão a solução.


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