Golpe da pirâmide no Ceará

Uma empresa, supostamente americana, deu um golpe em dezenas de cearenses. Representantes da iMouvin chegaram a fazer palestras em salas comerciais, em um prédio na Santos Dumont e em auditórios em Maracanaú e Russas à procura de novos clientes. Esta matéria da editoria de Polícia, de quinta-feira, 28/9, foi a mais lida da semana do Diário do Nordeste.

Na Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) já existem mais de 50 queixas contra a empresa. O delegado Jaime Paula Pessoa Linhares, titular da DDF, explicou que era necessário pagar mil dólares, cerca de R$ 3.400 para abrir uma conta. O dinheiro passava a constar em uma conta virtual, no site da própria empresa, e a promessa era que ao fim de seis meses o "investimento" estaria dobrado.

Os saques podiam ser feitos em dinheiro e em bitcoin (moeda virtual). Porém, a firma foi dificultando cada vez mais os saques, até que divulgou para as vítimas que estava encerrando suas atividades.

Pirâmide

"É um esquema de pirâmide e como tal, um golpe. Algumas pessoas realmente conseguiram fazer os saques e elas contaram suas histórias e outras pessoas acabaram sendo convencidas a investirem também. É uma ciranda financeira, uma corrente. Quem dá saúde financeira a uma pirâmide é exatamente quem entra, mas o fim de todo negócio estruturado dessa forma é o prejuízo de muitas pessoas", afirmou.

Jaime Linhares disse que Francisco Eugênio Maciel da Silva e Rodrigo Bezerra Pereira ofereciam as palestras em busca de mais pessoas. Eles declaravam que a proprietária da iMouvin seria uma americana chamada Sabrina Simpson. As vítimas dizem ter visto Sabrina apenas por videoconferência. "Infelizmente, essas pessoas não vão receber seu dinheiro de volta. Tem gente que abriu sete contas; outros venderam casas, carros, comércios para investir nisso. O prejuízo que a iMouvin causou aqui é incalculável", disse o delegado.