Arquivo
A um idoso jovem
EDUARDO FONTES- Jornalista
Encontro Xara Barroso no seu escritório, pela manhã, às vezes à tarde. Nunca está sozinho. Um homem com 93 anos de idade e 66 de casado, nunca pode estar só. Está sempre na companhia de suas lembranças e de suas saudades, e dos amigos que ainda hoje o visitam. É comum vê-lo conversar com os seus diletos amigos de ontem. Eles pendem da parede em frente. Ali estão Edson Queiroz - que todos os dias visitava Xara; o irmão Plácido Barroso; o monsenhor Amarílio Rodrigues, que se era míope, nem por isso era privado de visão bastante para enxergar os corações humanos, com suas qualidades e defeitos. Também os filhos que partiram estão ali, como jovem se conserva a esposa Maria da Paz, no esplendor de sua juventude. Este é o milagre da fotografia. Congela no tempo os antigos semblantes. E são tantos os que dialogam com Xara no silêncio de antigos retratos - sem esquecer aqueles remanescentes de um tempo passado que o visitam para um dedo de prosa, sempre vívida, enriquecida de casos e pontuada de risos - pois Xara conserva a alegria dos bons. Assim é Xara Barroso - o novo amigo que ganhei agora que estou na idade do beco sem saída. A ele presto a minha homenagem, na certeza de que a senectude nunca mata no homem a criança que ainda hoje brinca no sorriso de Xara Barroso. Xara, cujo nome é José Liberato Barroso, está “imortalizado” em livro de autoria do jornalista Hélio Passos, sob o título “Xara, Mar & Terras”, editado em 2005, por ocasião do transcurso dos 90 anos do homenageado. De marinheiro a empresário do ramo de táxi, longo é o caminho percorrido, com honra e dignidade. Xara, de antonomásia, virou nome próprio, pois até herdeiro foi batizado com antigo apelido em homenagem ao avô coruja. O que há de querer mais da vida um homem que tem esposa, filhos, noras, netos e bisnetos, e uma imensa disposição de viver no vigor dos 93 janeiros? No mês que em se homenageia o idoso, nada mais justo do que homenagear uma figura humana da dimensão de Xara Barroso, que espera ansioso comemorar Bodas de Diamante com sua amada esposa. Ave, Xara!
Encontro Xara Barroso no seu escritório, pela manhã, às vezes à tarde. Nunca está sozinho. Um homem com 93 anos de idade e 66 de casado, nunca pode estar só. Está sempre na companhia de suas lembranças e de suas saudades, e dos amigos que ainda hoje o visitam. É comum vê-lo conversar com os seus diletos amigos de ontem. Eles pendem da parede em frente. Ali estão Edson Queiroz - que todos os dias visitava Xara; o irmão Plácido Barroso; o monsenhor Amarílio Rodrigues, que se era míope, nem por isso era privado de visão bastante para enxergar os corações humanos, com suas qualidades e defeitos. Também os filhos que partiram estão ali, como jovem se conserva a esposa Maria da Paz, no esplendor de sua juventude. Este é o milagre da fotografia. Congela no tempo os antigos semblantes. E são tantos os que dialogam com Xara no silêncio de antigos retratos - sem esquecer aqueles remanescentes de um tempo passado que o visitam para um dedo de prosa, sempre vívida, enriquecida de casos e pontuada de risos - pois Xara conserva a alegria dos bons. Assim é Xara Barroso - o novo amigo que ganhei agora que estou na idade do beco sem saída. A ele presto a minha homenagem, na certeza de que a senectude nunca mata no homem a criança que ainda hoje brinca no sorriso de Xara Barroso. Xara, cujo nome é José Liberato Barroso, está “imortalizado” em livro de autoria do jornalista Hélio Passos, sob o título “Xara, Mar & Terras”, editado em 2005, por ocasião do transcurso dos 90 anos do homenageado. De marinheiro a empresário do ramo de táxi, longo é o caminho percorrido, com honra e dignidade. Xara, de antonomásia, virou nome próprio, pois até herdeiro foi batizado com antigo apelido em homenagem ao avô coruja. O que há de querer mais da vida um homem que tem esposa, filhos, noras, netos e bisnetos, e uma imensa disposição de viver no vigor dos 93 janeiros? No mês que em se homenageia o idoso, nada mais justo do que homenagear uma figura humana da dimensão de Xara Barroso, que espera ansioso comemorar Bodas de Diamante com sua amada esposa. Ave, Xara!