Cirurgião plástico é investigado em MG após paciente morrer devido a bactéria multirresistente

O cirurgião Rodrigo Credidio tem mais de 84 mil seguidores só em uma rede social. Ele nega a possibilidade de erro médico

Escrito por Redação ,
Montagem de fotos mostra Rodrigo Credidio à esquerda e Norma Fonseca à direita
Legenda: A servidora pública Norma Fonseca (à direita) foi operada pelo cirurgião plástico Rodrigo Credidio (à esquerda) em fevereiro deste ano
Foto: Reprodução/Redes Sociais

O cirurgião plástico Rodrigo Credidio está sendo investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais devido a um possível erro médico que teria causado a morte da servidora pública Norma Fonseca, 59, em Belo Horizonte. Ela faleceu no dia 17 de abril, em decorrência de falência múltipla de órgãos, após contrair uma bactéria multirresistente. 

No dia 5 de fevereiro, segundo O Tempo, Norma se submeteu a uma série de procedimentos estéticos com Credidio, que tem mais de 84 mil seguidores só no Instagram. O filho dela, Gustavo Botelho, relatou que, poucos dias após as operações, a mãe se sentiu mal e apresentou sintomas como vômito, diarreia, inchaço abdominal e indícios de necrose nos locais operados. O quadro teria sido relatado ao médico, que teria mantido contato com a paciente apenas por mensagens, sem marcar um retorno hospitalar.

A família da vítima informou que, com a piora do quadro, Norma foi encaminhada para um hospital de Belo Horizonte, onde ficou dois meses internada em consequência das complicações pós-operatórias. "Ela fez cinco procedimentos de uma vez, e a cirurgia teve uma duração total de 7 horas, o que é desaconselhado por qualquer cirurgião e pelos órgãos reguladores. Ela tinha 58 anos quando fez as plásticas e completou 59 anos internada no hospital por conta das complicações", disse o filho.

"Faltou muito profissionalismo. A gente não teve um atendimento de perto do médico, não se prontificou nem a visitá-la, mas apenas respondeu por mensagens", continuou Botelho, em entrevista ao O Tempo. O filho disse ainda que a família registrou o caso em um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil. 

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Médico nega erro

Em nota enviada ao O Globo, o médico Rodrigo Credidio lamentou a morte da paciente, mas negou a possibilidade de erro de sua parte nos procedimentos estéticos realizados. "As razões que a levaram a um grave quadro de infecção e, consequentemente, a óbito, não têm relação com o procedimento realizado há mais de 60 dias, que ocorreu sem nenhum tipo de intercorrência", afirmou.

Credidio rebateu ainda a acusação dos familiares de que não prestou a devida assistência à paciente. "Ressalto que acompanhei pessoalmente a paciente em sua entrada no hospital, em razão de ter contraído uma virose. Nessa ocasião, conforme comprovado mediante exames de sangue, não constava nenhum sinal de presença de bactéria multirresistente. A confirmação só ocorreu, nessa mesma unidade de saúde, um mês após a realização do procedimento conduzido por mim, o que confirma a impossibilidade de ligação entre os eventos", concluiu.

Clínica e hospital foram multados por irregularidades

Segundo O Tempo, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que a Vigilância Sanitária vistoriou a clínica de Credidio e constatou irregularidades no processo de esterilização. O estabelecimento foi multado em R$ 9,9 mil. 

No hospital onde o cirurgião fez os procedimentos na servidora também foram constatadas irregularidades, o que resultou em multas que somam R$ 16,9 mil, mas não impedem o funcionamento do local.

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