Caso Clarinha: último teste de DNA dá negativo e corpo de paciente deve ser enterrado após 55 dias

A Polícia Científica do Estado do Espírito Santo realizou 12 testes de compatibilidade com possíveis familiares

Escrito por Redação ,
Clarinha e o coronel Jorge Protatz, médico que cuidou dela
Legenda: Clarinha estava em coma há 24 anos, e o Ministério Público obteve decisão judicial que garantiu registro civil da paciente dias antes da morte dela
Foto: Reprodução/ TV Gazeta

O corpo de Clarinha, como era chamada a paciente que estava em coma há 24 anos, vai ser liberado para velório e enterro em Vitória, após quase dois meses da morte dela. As tentativas de identificação com possíveis familiares foram esgotadas, segundo o Coronel Jorge Potratz, responsável pelos principais cuidados enquanto ela estava internada. As informações do portal g1.

No total, a Polícia Científica do Estado do Espírito Santo realizou 12 testes de compatibilidade com possíveis familiares nesse período, sendo oito comparações por digitais e quatro exames de DNA.

De acordo com o Coronel Potratz, a Polícia Civil já solicitou a decisão judicial que autoriza o registro do óbito, e uma funerária será acionada para o velório. Ainda não foi divulgada a data para o enterro.

"Eu desconheço o passo a passo da Justiça, mas eles estão me orientando sobre essa parte burocrática. Já contatei uma empresa funerária que se propôs ajuda com o velório, mas eles ainda não podem fazer nada, pois dependem da declaração de óbito. Não sei dizer se quando ela vai ser enterrada", afirmou.

Veja também

O chefe do Departamento Médico Legal (DML), Wanderson Lugão, confirmou que a equipe recebeu o registro civil da Clarinha e fez uma declaração de óbito.

"Preenchemos a declaração de óbito com as lacunas já previstas, como, por exemplo, de sobrenome e nome dos pais. O documento vai ser entregue ao Coronel Potratz, que se disponibilizou a ser responsável pela Clarinha. Como o corpo ficou com a gente no DML mais de 15 dias e por ele não ser parente de primeiro grau, ele precisará solicitar a liberação judicialmente, o prazo depende do juiz que receber o pedido", disse.

"Infelizmente, não conseguimos identificar uma família compatível, mas que bom que tem gente interessada em dar um encerramento digno para ela", completou.

O ACIDENTE DE CLARINHA

Clarinha foi levada ao antigo Hospital São Lucas em 2000, após ser atropelada por um ônibus no dia 12 de junho. Segundo relatos de testemunhas, ela estava fugindo de um perseguidor, também não identificado, e correu para uma avenida movimentada no Centro de Vitória. Ela passou por diversas cirurgias. O cérebro foi afetado, impedindo que ela retornasse de um coma profundo.

A mulher estava sem documentos e com as digitais desgastadas. Com isso, buscou-se, em um primeiro momento, encontrar algum conhecido entre as testemunhas do acidente, mas ninguém tinha informações da paciente. Ela, então, foi transferida para o Hospital da Polícia Militar, onde foi apelidada de Clarinha pela própria equipe médica. Nenhum parente ou amigo a visitou ao longo dos anos.

Assuntos Relacionados