Cresce venda de carros automáticos no Brasil

De 10 carros vendidos, 4 são automáticos; saiba as diferenças entre automáticos e automatizados

Cerca de 40% dos carros novos vendidos hoje no Brasil vêm sem pedal de embreagem. Com o crescimento das vendas de carros sem embreagem no Brasil, os automatizados e os automáticos, também aumentam as dúvidas dos consumidores. A manutenção é mais cara? Consomem mais combustível? Peças mais difíceis? Qual a diferença entre automatizado e automático? Aqui você vai entender tudo sobre o assunto

A procura por esse tipo de transmissão explodiu no Brasil em pouco mais de uma década, e os números da consultoria Jato Dynamics (JD) só provam o quanto a aposentadoria do pedal de embreagem tornou-se comum. Do consumidor mais abastado ao de orçamento mais enxuto, ninguém mais quer ter trabalho trocando de marcha, sobretudo quem encara trânsito pesado. De acordo com a JD, a demanda por automáticos no mercado brasileiro em 2006 era de apenas 8,6% - ainda restrita a modelos mais caros.

Em 2011, por exemplo, essa fatia subiu 19,7% e no acumulado de 2017 já chega a impressionantes 39,9%. Os números refletem a preferência do consumidor pelo conforto, o que justifica a ampliação da oferta desse tipo de transmissão. Hoje em dia é possível se ver livre da troca de marchas por aproximadamente R$ 45.450, como no caso do Fiat Mobi equipado com câmbio GSR.

Diferença entre Automatizado, Automático e CVT

Temos representantes automatizados, que são câmbios com engrenagens manuais, mas controlados por uma central eletrônica que efetua a troca no lugar do motorista, câmbios automáticos convencionais, com conversor de torque, e, por fim, um modelo com câmbio continuamente variável (CVT) que, em termos simplificados, permite “infinitas” relações de marchas, já que trabalha com duas polias em vez de engrenagens diferentes.

Automáticos consomem mais combustível?

O câmbio automático perde parte da energia gerada pelo motor porque a ligação entre a transmissão e o motor é feita através de uma peça chamada conversor de torque. Ela faz o papel da embreagem dos câmbios manuais, transferindo a rotação do motor para dentro da caixa de engrenagens. Enquanto nos câmbios manuais a ligação é direta, no automático é o óleo que está dentro do conversor de torque que transmite a energia do motor para as engrenagens planetárias da caixa de transmissão.

Para entender melhor esse tal de conversor de torque, imagine dois ventiladores, um de frente par o outro. Ligue um deles: em alguns segundos, o outro, mesmo desligado, começará a girar. É que o vento gerado pelo ventilador ligado acaba por virar a hélice do ventilador desligado. No caso do conversor, o princípio de funcionamento é o mesmo: em vez de ar, existe óleo hidráulico. Por isso, é VERDADE: o câmbio automático consome mais combustível. Mas não é nada que você não possa amenizar através de uma condução mais tranquila.

Automáticos são mais caros?

A maioria dos câmbios vai durar a vida inteira do veículo, exigindo apenas manutenção e trocas eventuais de peças e de óleo. Claro que a manutenção será mais cara do que em um manual. O reparo de um câmbio automático simples (de quatro marchas, por exemplo) não costuma sair por menos de R$ 5 mil. Além disso, o proprietário tem que ficar atentos ao prazo de troca do óleo, que costuma ser acompanhada do filtro. Como o arrefecimento depende do radiador, olho nele também. No geral, todos os outros câmbios são mais caros de se reparar. Os automatizados até têm a vantagem dos custos menores.

O platô e disco saem por algo em torno de R$ 650 para um Dualogic. O senão está no atuador de embreagem, cujo preço chega a R$ 1.800, mais do que o dobro do que em um manual. O CVT tem kits que podem ser mais baratos, mas um problema no corpo de válvulas pode custar mais de R$ 6 mil na troca da peça. Por um valor semelhante sai o kit de embreagens do DSG da Volkswagen. Oficinas especializadas costumam oferecer consertos por valores abaixo das trocas completas, o negócio é ficar atento às revisões e trocas de óleo.