Fábrica da Renault: upgrade em tecnologia

A marca investiu em tecnologia em sua planta em São José dos Pinhais e o Auto foi conferir as novidades

A Renault fincou seus pés no País em 1998 ao inaugurar seu Complexo Ayrton Senna, desenvolvendo mais raízes no decorrer dos anos com a inauguração de diferentes setores dentro da fábrica em São José dos Pinhais. A mais recente novidade é a área "Curitiba Injeção de Alumínio".

Diante da maior demanda, o local vem para fornecer blocos e cabeçotes do motor 1.6 Sce, antes importados do Japão, e aparece como um voto de confiança da marca no setor automotivo. "A gente imagina que o mercado brasileiro vai voltar a crescer. E não só o do Brasil, porque cerca de 40% dos motores que fabricamos são exportados. Então, acreditamos que os mercados consumidores onde fornecemos, como Argentina e Colômbia, também vão crescer", destaca Luiz Pedrucci, presidente da Renault do Brasil.

Ocupando 14 mil metros quadrados de espaço construído, a unidade tem capacidade produtiva de 500 peças ao ano, sendo 250 de cada. Para erguer o local investiram R$ 350 milhões.

Abreviada para CIA, o processo é composto de 165 máquinas de última geração provenientes de 11 países diferentes. E, mesmo a abertura tendo sido oficialmente na última semana, a unidade estava a todo vapor, inclusive com mais de 4 mil peças já fabricadas.

Por curiosidade, o bloco é feito em quatro etapas: fusão, injeção de alta pressão, acabamento e tratamento térmico. Para o cabeçote, onde foi liberado para visitação, são cinco fases: fusão, sopro de machos de areia, injeção de baixa pressão, acabamento e tratamento térmico. A cada 90 segundos sai uma nova peça.

Hi-Tech

Além da CIA, a qual é a quarta fábrica parte do Complexo, outros setores receberam atualizações em tecnologia e a realidade aumentada é um exemplo dessas novidades. Implantada primeiro como protótipo e depois em definitivo na linha de montagem, tudo em 2017, a marca colocou os óculos com elementos virtuais para o mundo real. Eles são utilizados para o controle de qualidade do produto final. Basta só o operador dizer o modelo que virá na linha e eles indicam quais pontos a verificar. O objetivo é em breve identificar o carro sem precisar de nenhum comando.

De novos recursos, há ainda a realidade virtual para auxiliar no treinamento da operação da pinça de solda e, completando a lista, o uso da impressão 3D, que começou de forma experimental em 2015, mas já tem resultados práticos em pouco tempo.

De 2016 para 2017, o uso das impressoras permitiu redução de custo em torno de 150 mil euros com a fabricação doméstica de 785 itens. Entre os itens está a peça "bico de cola de vidro", a qual sua produção gerou 83% de economia. Além disso, a espera para conseguir os equipamentos também reduziu. Uma ferramenta que demorava 2 meses para adquirir, por exemplo, agora em apenas 20 horas ela é confeccionada.

Na agenda

E daqui a três meses, a promessa é mais uma visita à fábrica para ver a ampliação do Curitiba Motores. Ao todo, R$ 400 milhões foram aplicados para construção de novas linhas de usinagem de blocos e cabeçotes em alumínio e virabrequim em aço também do 1.6 Sce. O foco ficou nele devido este motor atender 60% da demanda da marca, equipando modelos como Duster, Logan e Captur.

Linha do tempo

 

Confira os fatos marcantes dos 20 anos da fábrica da Renault no Brasil:

 

1998 - Após dois anos da pedra fundamental, ocorre a inauguração do Complexo Ayrton Senna com o "Scenic", o primeiro carro da linha

1999 - Inauguração do Curitiba Motores (CMO) e produção do Clio

2001 - Inauguração do Curitiba Veículos Utilitários (CVU)

2007 - Inauguração do RTA (Renault Tecnologia Américas)

2008 - Inauguração do Renault Design América Latina

2013 - Projeto CVP60 para aumentar a capacidade produtiva da planta para 60 veículos por hora

*A repórter viajou a Curitiba (PR) a convite da Renault