A bordo do Actros 2651 6x4: carregado e tecnológico

Após os bastidores da produção de um caminhão, chegou a hora de testar um grandalhão da Mercedes. Não foi nenhum que saiu da nova linha de montagem. Na verdade, foi o novo Actros, que é feito na planta de Juiz de Fora.

A marca liderou a comercialização de extrapesados no Brasil no primeiro trimestre deste ano e o Actros 2651 6x4 foi o maior responsável por essas vendas. E foi esse o nosso companheiro de teste. Carregado com 57 toneladas e parado em uma leve descida, a partida foi de primeira marcha, o que confirma que estava pesado e precisava de torque, no entanto a condução era tão leve, fazendo o motorista esquecer da "bagagem" atrás da cabine.

> Por trás da produção de grandalhões

O volante é preciso e responde rápido nas curvas, ao contrário de outros pesados os quais é preciso um giro maior para fazer um simples desvio. O assento pneumático também permite conforto maior por longas horas.

Para facilitar a dirigibilidade, o modelo estava recheado também de um pacote tecnológico. Entre os itens, destaco o sistema auxiliar de freio, o qual intercede se o motorista não frear corretamente quando surge um carro ou uma moto na frente do caminhão. É ágil de verdade. E é combinado ao novo piloto automático que está configurado para economia de combustível. Ele reconhece as condições da pista (inclinação) e carga, por meio de sensores, e ajusta a demanda de torque e potência do motor pensando no menor consumo.

Outra facilidade é não passar as marchas. O câmbio automatizado de 12 marchas faz as trocas suaves e teve sua inteligência refinada no lançamento do modelo no ano passado. Se o condutor não tiver controle de pista, ainda tem um alerta sonoro se ele invadir a faixa dos lados. Outro ponto positivo é o assistente de rampa. É útil para os automóveis, imagina então para um caminhão super pesado. Aguenta três segundos, antes de começar a descer.

O novo Actros recebeu ainda um painel de instrumentos com mais informações em vários idiomas, como português, inglês, espanhol, alemão e árabe. São dados sobre tempo e consumo em marcha lenta, contagem de tempo em cada faixa de rotação, consumo em litros, pressão de turbina e alerta de velocidade.

E quando o modelo está completo de série, conta com sensor de chuva e iluminação, sistema de controle de tração, suspensão traseira pneumática, freio a disco, farol em LED com luz diurna, entre outros itens.

No espaço interno, é fácil transitar pela altura da cabine, nem precisa andar agachado. Isso na configuração de Leito Teto Alto. Se a sede apertar, tem uma gaveta grande refrigerada para manter gelada a água. Logo abaixo, há outra área para guardar roupas, por exemplo, do caminhoneiro. Já o banco atrás dos assentos, ou melhor, a cama, é firme e confortável para descansar nas horas vagas.

Durante uma hora como caminhoneira, percebi como nos dias atuais o conforto vai muito além do ar-condicionado de série em um caminhão. Pelo menos, deveria ser. Eu dirigi apenas por uma hora, porém quem percorre trajetos longos é imprescindível assentos pneumáticos. Para o dono da empresa, o automatizado equaliza o consumo entre os motoristas. E para segurança na via, o assistente de frenagem auxilia os condutores mais e menos experientes. Tecnologia a bordo já é o presente dos grandões.

Ficha técnica

Motor: MB OM 460 LA 13 litros
6 cilindros em linha
Potência: 510 cv a 1.800 rpm
Torque: 2.400 Nm a 1.100 rpm
Transmissão: automatizado de 12 velocidades
Velocidade máxima: 120km/h
Ângulo de entrada/saída (carregado): 12º/ 36º
Altura do teto em relação ao chassi: 2.070 mm no Leito Teto Baixo, 2.454 mm no Leito Teto Alto e 2.764 mm no Megaspace
Preço: a partir de R$ 500 mil (na configuração 2651/36 LS top)
Fonte: Ceará Diesel