Pedro Uchoa reforça necessidade de CPI

Escrito por Redação ,
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Foto: José Leomar
O deputado Pedro Uchoa (PSL) voltou a defender a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as organizações criminosas que atuam no Ceará. Em entrevista coletiva concedida ontem, na Assembléia Legislativa, o parlamentar afirmou que a violência é a principal preocupação da população cearense. Questionado sobre a intenção da bancada oposicionista de criar uma CPI para investigar as dispensas de licitação do Governo do Estado, ele declarou que a situação no âmbito federal é mais grave que no estadual.

Para Uchoa, seria “interessante e necessário” que a Assembléia ampliasse o foco de atuação da já proposta CPI dos grupos de extermínio, passando a investigar as organizações criminosas. “Essa CPI não tem nada de vezo governista e nem antigovernista, seria voltada para a satisfação de uma necessidade social”. Segundo ele, estas organizações contam com a participação de menores e de policiais em suas ações criminosas.

“Temos um setor da Polícia Militar e da Polícia Civil completamente envolvido. Esse pessoal tem que ser identificado e excluído do aparato policial. Se é perigoso o bandido andar armado por aí imagine o policial bandido. Esse é que é perigoso, vai atirar nas pessoas em nome do Estado, como agentes da segurança”. O parlamentar acredita que o fato de 2006 ser um ano eleitoral não compromete os trabalhos investigativos, que devem ser conduzidos sem medo ou qualquer envolvimento de ordem emocional.

Embora considere que a existência de desvio de conduta profissional é um fator natural, ao passo que está presente em diversas categorias, Uchoa afirmou que o banditismo na polícia já ultrapassou o limite tolerável, de modo que a Assembléia Legislativa deveria “ir fundo” nestas investigações. “Não só investigar os grupos de extermínio, mas investigar de modo mais largo. Se funcionar a contento, essa CPI prestará um grande serviço ao Estado do Ceará”, sustentou.

Sobre a possibilidade da Assembléia se ocupar na apuração de possíveis irregularidades nos contratos feitos pelo Governo do Estado sem licitação, declarou que o Brasil é um “grande dispensário”. Para ele, essa discussão deveria começar pelas dispensas realizadas pelo Poder Legislativo, passando pelos executivos municipais, estaduais e federal, sendo este considerado o caso mais grave. Ele criticou a contratação, sem licitação, de empresas para a operação tapa-buraco.

Mesmo reconhecendo que, em alguns casos, se mostra difícil o cumprimento da Lei das Licitações, Uchoa disse que investigar é importante. No entanto, entende como prioritária a preocupação em identificar as estruturas criminosas que atuam no Ceará, conhecer sua estrutura e promover o seu desmantelamento.

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