Desde as primeiras notificações da nova variante do coronavírus, no começo do mês de dezembro de 2019, o mundo tem assistido à doença respiratória se espalhar. Primeiro, os casos se multiplicaram pela China – ainda o país mais afetado – depois, foi se manifestando em outros territórios. Hoje, a Covid-19 – doença causada pelo novo coronavírus – já chegou a todos os continentes, à exceção da Antártida. Está presente em cerca de 100 países, tem mais de 100 mil casos confirmados e 3,5 mil pessoas morreram em decorrência da enfermidade. A China ainda concentra aproximadamente 80% dos doentes e maioria das mortes, mas a escalada do contágio em outras partes do mundo – como acontece na Alemanha e na Itália – tem mudado drasticamente a rotina destes países. O governo italiano adotou medidas drásticas, depois do aumento exponencial do número de mortes. O primeiro-ministro Giuseppe Conte assinou um decreto emergencial colocando todo o território do país em quarentena. Será imposto controle ao deslocamento de pessoas. Reuniões públicas serão proibidas, e a autoridade pediu que todos os cidadãos fiquem em suas residências, saindo apenas para trabalhar ou em caso de emergências. O transporte público, por isso, será mantido em operação. Uma ameaça à saúde global desta monta também fez sentir seu impacto nos mercados internacionais. O avanço do coronavírus teve seu quinhão de responsabilidade no terrível dia das bolsas de valores de todo o mundo. Segundo relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, uma pandemia poderia reduzir em até 15% o fluxo de Investimento Estrangeiro Direto (IED) no mundo. Uma queda de 5% é a previsão mais otimista, condicionada ao controle de novas infecções e redução do número de mortes/dia até o fim do primeiro semestre deste ano. O mesmo documento atesta que 100 das maiores empresas multinacionais, 69 já sentiram impacto negativo nos negócios, por questões relacionadas ao Covid-19. Não se trata de uma história distante, de noticiários internacionais. No Brasil, o número de casos tem se multiplicado. A quantidade de pacientes diagnosticados no País já supera as duas dezenas, e os primeiros casos no Nordeste foram registrados em Alagoas e na Bahia. O Ceará, como outros estados, investiga o estado de saúde de casos suspeitos. O impacto é global, e as respostas também o são. Acontece que é indispensável que, localmente, medidas sejam tomadas. Não se trata de alarmismo, e o pânico aliado à desinformação apenas potencializa uma eventual crise. Contudo, é indispensável que sejam adotadas ações previdentes. Em questões de saúde, a prevenção é sempre mais eficiente e menos onerosa do que os tratamentos necessários. Com um novo vírus se espalhando desde o fim do ano passado, com sua progressão sendo documentada dia a dia, em notícias, gráficos, índices e dados, não se pode tomar a Covid-19 como algum tipo de surpresa desagradável. Seu movimento é observado. Garantir condições de enfrentá-lo e de minimizar seu potencial de contágio, em caso de necessidade, é uma missão a ser tomada para si pelas administrações públicas, em âmbito federal, estadual e municipal.