Uma decisão como nunca houve na história

Leia a Coluna deste sábado (30)

Legenda: Vovô e Leão fizeram um Clássico-Rei espetacular no Castelão e empataram em 3 a 3
Foto: LC MOREIRA / SVM

Os velhos rivais de sempre. Tradicionais rivais. Hoje, às 16:40, no Castelão, Fortaleza e Ceará começam a decidir mais um Campeonato Cearense. Há mais de um século o Clássico-Rei acontece. O primeiro foi disputado no dia 17 de dezembro de 1918. Houve decisões de todo tipo. A que começa hoje, porém, tem algo muito especial: jamais, em toda a história do nosso futebol, houve a disputa por um título de hexacampeão. O Fortaleza tem, portanto, a oportunidade rara de colocar na camisa do clube uma estrela exclusiva e especial.

Caberá ao Ceará desmanchar este sonho tricolor. Daí a razão pela qual o perfil desta decisão é diferente. As situações dos dois clubes são bem diferentes. O Ceará vem obtendo bons resultados e melhorando. O Fortaleza vem numa sequência de derrotas e piorando. Mas, como citei na coluna de ontem, ficam para trás as estatísticas e observações de tudo o que os dois fizeram. Vale o hoje, o agora. Somente quando a bola rolar é que se terá uma ideia sobre a produção de ambos. A produção do momento. O ânimo do momento. A sorte ou azar, do momento. Nos clássicos se consagram os predestinados. Os goleadores fazem fama nas grandes decisões. A vaga está aberta. 

 

Candidato 

 

O jogador de maior destaque no momento é o atacante alvinegro, Erick Pulga. Certamente estará sob vigilância intensa dos tricolores. É a primeira grande decisão estadual que Pulga disputará. Não sei qual será o seu equilíbrio emocional diante de desafio tão grande. Será um teste muito especial para o jovem atleta. 

 

Candidato II 

 

Yago Pikachu também é um jogador que pode fazer a diferença, apesar de não estar numa de suas melhores fases. Mas é um jogador de decisão, sim. É frio nas grandes decisões. Tem habilidade. É um tipo raro: muitas vezes, parece sumido em campo. Ninguém o vê. De repente, aparece na cara do gol e confere. Certamente, terá vigilância especial por parte da marcação alvinegra.  

 

Frieza 

 

O jogador mais frio que conheci nos últimos tempos foi Clodoaldo, o Baixinho bom de bola, que encerrou a carreira há alguns anos. Clodoaldo foi inigualável. Não tremia nos clássicos. Pelo contrário, mantinha-se frio, calculista. O mundo poderia estar desabando, mas Clodoaldo permanecia sereno. Era um freezer. 

 

Das antigas 

 

Outros dois atacantes que, no passado, também se mostraram uma geladeira nas grandes decisões: Marciano e Geraldino Saravá. Os dois jogaram no Fortaleza e no Ceará. Mas nenhum com a habilidade, o encanto, a classe e o talento do Baixinho. Eram goleadores, não “malabaristas”. O Baixinho era artilheiro, malabarista, tudo. Também jogou no Fortaleza e no Ceará. 

 

Saldo de gols 

 

Logo mais vamos acompanhar o que Fortaleza e Ceará prepararam para o primeiro jogo da decisão. Que surpresas poderão apresentar em circunstâncias tão especiais assim. Que propostas? Que repertórios? Que alternativas? Vale lembrar que, pelo regulamento, se houver empate de pontos após os dois jogos, o saldo de gols definirá quem será o campeão.