Clássico mesmo é o nosso

Leia a Coluna deste sábado (12)

Escrito por
Tom Barros tom.barros@svm.com.br
(Atualizado às 18:14)
Legenda: Fortaleza e Ceará fazem o primeiro Clássico-Rei da Série A 2025 neste domingo
Foto: DAVI ROCHA / SVM

Claro que vou ver a decisão da Copa do Mundo de Clubes. Mas vejo sem emoções. Frio que nem um freezer. Quem ganhar, ganhou. E pronto. Analiso a postura tática. Quem acertou e quem errou. Para mim, tanto faz Zé como Cazuza. Que franceses e ingleses sejam felizes para sempre. Amém. 

Clássico mesmo é o nosso. Esse, sim, mexe com as emoções. Deixa os nervos à flor da pele. Não consigo contar o número de clássicos-rei que eu já vi. Desde o PVzinho acanhado, de 1956, ao Castelão modernizado. Muda o cenário, mas o espírito de competição é o mesmo. 

Não tem favorito. Existe uma pressão maior sobre o Fortaleza. Mas costumo dizer que um clássico nada tem a ver com o outro. São separados por palavras e obras. Na hora que a bola começa a correr, nenhum jogador vai ficar pensando nos jogos que passaram. Vale o presente. 

Pouco importa a condição de cada um. O Ceará, no momento, vive uma situação melhor e mais confortável. O Fortaleza, em crise, sofre pressão. Mas todos sabem que o clássico nivela, equilibra. Então... 

 

Primeiros clássicos 

 

Sou saudosista, de carteirinha. Sempre que acontece um clássico, minha memória afetiva volta à década de 1950. Não sei bem a razão, mas os goleiros sempre chamaram mais a minha atenção de menino. Pelo Ceará, Ivan Roriz. Pelo Fortaleza, Aloísio II, que também era chamado de Verdureiro. 

 

Contato 

 

Após encerrar a carreira, Ivan Roriz, meu primeiro ídolo, assumiu o comando da Fábrica de Doces Real. Tive alguns contatos com ele. Quanto ao goleiro Aloísio II, perdi o contato. Depois que ele pendurou as chuteiras, não tive mais notícias dele. Mas a sua imagem com a camisa do Fortaleza permanece na minha memória até hoje.  

 

Rotatividade 

 

Naquele tempo, os ídolos permaneciam mais tempo em uma única equipe. As transferências eram mais difíceis. Ivan jogou somente pelo Ceará. Aloísio II pode até ter jogado por outra equipe, mas somente lembro dele no Fortaleza. Hoje, as mudanças são muito rápidas. 

 

Exemplo 

 

Em 2022, o excelente goleiro João Ricardo estava no Ceará. Em 2023 transferiu-se para o Fortaleza. Tem sido destaque no Fortaleza como foi destaque no Ceará. Então, não fixa a fusão de imagens como fixaram Ivan Roriz e Aloísio II. O amor à camisa passou a ser a camisa do momento. São outros os tempos. 

 

História 

 

Hoje, quem tem história no Fortaleza é o lateral-direito Tinga. São dez anos de Fortaleza. Pouquíssimos jogadores passam tanto tempo em um clube só. Tinga é um exemplo. Tem seis títulos de campeão cearense, um título de campeão brasileiro da Série B e três títulos de campeão da Copa do Nordeste. São dez títulos. Show. 

 

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