A complicada missão de substituir um ídolo

Confira a coluna desta quarta-feira (16)

Escrito por
Tom Barros producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 11:43)
Legenda: Vojvoda se despede da torcida do Fortaleza, no Pici
Foto: Raísa Martins / SVM

Não será fácil ao novo treinador do Fortaleza ganhar os espaços que Juan Pablo Vojvoda ocupou. É para poucos chegar à condição de ídolo. Na história do Fortaleza, são contados nos dedos os treinadores que alcançaram tal posição. Nos últimos anos, apenas dois alcançaram: Rogério Ceni e Vojvoda

É longa a estrada. Muito longa. Ceni tornou-se ídolo porque modernizou o Fortaleza. Fez das instalações do Pici algo existente apenas nas sedes dos maiores clubes do Brasil. Depois disso, obteve fantásticos resultados em campo. Equiparou o Fortaleza aos melhores da Série A nacional. 

Vojvoda fez melhor ainda. Projetou o Fortaleza além-fronteiras. Ganhou a respeitabilidade nas mais importantes competições das Américas. Foi vice-campeão da Sula. Duas vezes colocou o Leão entre os quatro melhores times do Brasil. E ganhou espaço na Libertadores.  

Evitem, pois, comparações. Analisem cada treinador no seu tempo. Não pensem que vão ter de imediato um novo Ceni ou um novo Vojvoda. Demanda tempo. Muito tempo. Às vezes, décadas. Às vezes, nunca mais. 

Retorno 

Será possível, algum dia, Juan Pablo Vojvoda retornar ao comando do Fortaleza? Claro que sim. A dinâmica do futebol permite perfeitamente um futuro retorno. Tudo dependerá de uma série de circunstâncias. Tempo ao tempo. São imensas as voltas que a vida dá. 

Retorno II 

Em 2019, Rogério Ceni deixou o Fortaleza. Não foi demitido. Ele pediu para sair. Foi treinar o Cruzeiro de Belo Horizonte. Lá, teve sérios problemas. Foi demitido com menos de dois meses no cargo. Três dias depois da demissão em Minas, ele já estava outra vez no Fortaleza, sob os aplausos da torcida. 

Diferente 

No caso de Vojvoda houve a demissão. Um corte assim deixa marcas. E, às vezes, deixa mágoas também. A situação é diferente de Ceni, que não foi demitido. Não se sabe como está o íntimo do coração de Vojvoda. Ser demitido é uma pancada, máxime após tantos anos de glórias e conquistas. 

Nomes 

Guardadas as devidas proporções, assim como Ceni e Vojvoda, houve dois nomes que fizeram história no comando técnico do Fortaleza, nas décadas de 1960 e 1970: Moésio Gomes e o pernambucano Caiçara. Treinaram várias vezes o Fortaleza. Várias vezes saíram e várias vezes voltaram. E sempre conquistaram títulos. Logo... 

Lembrança 

Ainda por muitos anos a imagem de Vojvoda estará nas lembranças tricolores. O ídolo se eterniza na fusão de imagens, ou seja, a imagem dele com a imagem do clube. Vojvoda jamais sairá da memória da torcida, mesmo que no futuro seus feitos sejam superados por um outro treinador.

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