Hipótese de pacificação do PT demandará tempo e vai desafiar as lideranças

Escolhido candidato, Evandro Leitão disse que irá atuar para atrair Luizianne Lins e grupo ligado a ela

Legenda: Militantes escolheram Evandro Leitão por aclamação; grupo de Luizianne se absteve
Foto: Kid Júnior

O momento dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) é de deixar baixar a poeira e sarar as feridas após a escolha de Evandro Leitão como pré-candidato da legenda à Prefeitura de Fortaleza. Evandro venceu a disputa por maioria, mas as divergências com o grupo da deputada federal Luizianne Lins, derrotada no processo interno, deixaram arestas a serem aparadas, mas para isso será necessário tempo. 

O presidente da Assembleia Legislativa se filiou ao partido em dezembro do ano passado sob influência do ministro da Educação, Camilo Santana, e do governador Elmano de Freitas. A partir do momento que, ainda no ano passado, começaram as especulações sobre a filiação de Evandro, até então membro do PDT, todos no PT tinham duas certezas: que ele seria o nome apoiado por Camilo e Elmano no processo interno e que haveria resistência de Luizianne, ex-prefeita da cidade e militante histórica. 

Portanto, haver embates no último domingo (21), no Encontro Municipal do Partido, estava dentro do previsto. Entretanto, o nível da crítica mostra divergências acentuadas entre os dois lados. 

Nos bastidores, há informações sobre a criação e replicação de notas apócrifas e até de memes espalhados em redes sociais contra Leitão. Os discursos de apoiadores da deputada Luizianne Lins no ato, conforme era previsto e esta coluna registrou no último sábado, mostram o clima de hostilidade, mesmo diante de uma maioria que parecia clara – e se confirmou. 

Agora, passado o momento de tensão do embate, Evandro, como pré-candidato, terá o desafio de tentar pacificar o partido para o embate nas urnas. E é preciso saber se Luizianne e seu grupo estão dispostos a dialogar.