Após reconfiguração partidária, oposição a Sarto dará mais trabalho à base aliada na Câmara

A semana passada foi marcada por cabo de guerra entre opositores e aliados com um pedido de CPI

Legenda: Opositores chegam a ocupar 20 cadeiras na Câmara Municipal de Fortaleza
Foto: Divulgação

A base aliada do prefeito José Sarto na Câmara Municipal de Fortaleza já começou a ter dor de cabeça com os opositores da gestão no ano eleitoral. Turbinada com as mudanças partidárias furto da janela, que se encerrou no início do mês, a oposição, atualmente com cerca de 20 membros, começa a se articular para criar dificuldades para a gestão. 

O primeiro episódio que demonstrou maior poder de articulação dos adversários de Sarto foi a quantidade de assinaturas em um pedido de CPI apresentado pelo vereador Léo Couto (PSB) para investigar possíveis irregularidades na venda de terrenos públicos pela gestão municipal ao longo do mandato de Sarto. 

Evidentemente, o pedido de CPI tem um caráter político e que, caso avance, deverá criar dificuldades para o gestor às vésperas de um ano eleitoral. Não é demais lembrar, entretanto, que Sarto tem maioria na Casa e, inclusive, o PDT partido com o maior número de vereadores, entre eles o presidente da Casa, Gardel Rolim. 

O que dificulta a criação da CPI da oposição é a existência de três outros pedidos de investigação feitos pelo vereador Márcio Martins (União) para investigar, dentre outras coisas, os problemas no fornecimento de energia elétrica na Capital, feito pela Enel, e outro que pretende averiguar o caso de deficiências na prestação de serviços da Cagece. 

Pelo regimento interno da Casa, a prioridade de instalação das comissões é para os pedidos que deram entrada primeiro. Agora, os opositores tentam identificar possíveis irregularidades nos pedidos que estão na fila para tentar emplacar a nova investigação. 

De toda forma, a ação coordenada dos opositores, já no primeiro mês após a reconfiguração das forças políticas na Câmara Municipal, mostra uma cooperação entre forças antagônicas como PT e Psol de um lado, e PL e União Brasil, do outro.  

Está evidente que a liderança do governo e a base aliada terão mais trabalho para defender a gestão no plenário e nas comissões da Casa. E a temperatura tende a subir com a aproximação da eleição.