Preço internacional do petróleo cai e surpreende os mercados

Ao contrário do que se previa ontem, a crise Israel x Irã desanuviou nesta segunda-feira. Pressionado pelos EUA, Israel decidiu celebrar a destruição de drones e mísseis iranianos e abortar planos de retaliação

Legenda: Surpreendentemente, o preço do petróleo cai nesta segunda-feira, 15/04, no mercado internacional
Foto: Petrobras / Divulgação

Atenção! Contrariando todas as expectativas dos mercados, o preço internacional do petróleo está caindo hoje, segunda-feira, 15, nas bolsas de mercadorias. 

O petróleo produzido pelos Estados Unidos, o chamado West Texas Intermediate, cuja sigla é WTI, cai 0,51%, sendo negociado em Nova Iorque a US$ 85,22 por barril. 

Por sua vez, o do tipo Brent, produzido no Mar do Norte e referenciado pela Petrobras, está sendo negociado na Bolsa de Londres a US$ 90,03 por barril, com queda de 0,46%. 

Na sexta-feira passada, esse preço havia alcançado US$ 92 por barril.

Todas as apostas feitas ontem, logo após o ataque do Irã a Israel, indicavam que o preço do petróleo teria hoje uma forte alta, o que não está acontecendo. 

A causa é a posição assumida pelo Conselho de Guerra de Israel, que preferiu comemorar a destruição dos mais de 300 drones e mísseis disparados contra o país pelo Irã. 

Além do mais, os Estados Unidos dissuadiram o governo israelense de qualquer plano de retaliação contra o Irã. 

Para confirmar o desanuviamento das tensões, as bolsas de valores da Europa estão abrindo hoje em leve alta de 0,3%. 

As bolsas da Ásia, porém, fecharam em baixa porque, por causa do fuso horário, ainda temiam pelo agravamento da crise no Oriente Médio, onde é produzido um terço do petróleo do mundo.

A Bolsa de Valores de Israel opera em alta de 1,4%, enquanto a moeda israelense, o Shekel valoriza-se 1,2% em relação do dólar norte-americano. 

Mas o dia de hoje será de expectativa nos mercados financeiros do mundo.

No Brasil, esta notícia tem efeito positivo, pois desanuvia, também, o cenário político que envolve a Petrobras, sua diretoria e sua política de preços. O Palácio do Planalto já deu sinais fortes de que não está satisfeito com a gestão do presidente da estatal, Jean Paul Prates, o qual, porém, caiu nas graças do mercado e, principalmente, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Há, também, para agravar o quadro, a reiterada reclamação da Associação das Empresas Importadoras de Combustíveis (Abicom), segundo a qual há uma defasagem de cerca de 20% no preço da gasolina comprada no mercado externo e vendida no mercado interno. No óleo diesel, essa diferença é de 13%. A Abicom quer o aumento dos preços dos combustíveis para reduzir o prejuízo das empresas importadoras.

Mas, se depender do governo, os preços atuais da gasolina e do óleo diesel permanecerão por mais tempo. A Petrobras teria caixa para suportar a atual defasagem, mas as importadoras, sem um caixa forte, seguem com prejuízo crescente.

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