FMI alerta para crescimento da dívida do Brasil

Relatório do Fundo Monetário Internacional projeta que a dívida fechará 2024 na casa de 86,7% do PIB; em 2026, chegará a 90,9%. O governo segue gastando mais do que arrecada

Legenda: O governo da União segue gastando mais do que arrecada, e a dívida pública só aumenta
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Saiu ontem, quarta-feira, 17, o Relatório Monitor Fiscal do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ele trouxe más notícias para a economia brasileira. A primeira e principal delas dá conta de que a dívida pública do país alcançará, neste exercício de 2024, o patamar de 86,7% do PIB. Em outubro, a previsão do FMI era de que a dívida fecharia 2024 em 90,3%. 

Hoje, a relação dívida PIB está em 84,7%. 

O relatório prevê, ainda, que, em 2026, último ano do governo Lula, a dívida pública brasileira chegará à casa de 90,9% do PIB. Ou seja, o governo continua gastando mais do que arrecada e seguirá assim até o término do seu mandato. 

Ora, a consequência dessa irresponsabilidade fiscal é a ampliação da necessidade de financiamento da dívida, a juros maiores. O pior é saber que o financiamento dessa dívida não se destina a investimentos, mas às despesas de custeio da paquidérmica máquina governamental. 

No linguajar economês, isto significa descompromisso total com a austeridade fiscal. É por isto que a Bolsa de Valores está em queda e o dólar disparou. As despesas do governo só fazem aumentar, e não há arrecadação tributária que as suporte. 

Ao contrário de déficit zero ou superávit, as contas públicas brasileira, segundo o relatório do FMI, fecharão este ano com déficit de 0,6% do PIB. Para 2025 e 2026, a projeção piorou: em vez de superávit de 0,2% previsto para o exercício de 2025, haverá um déficit de 0,3%.

De acordo com o FMI, o Brasil só alcançará déficit zero em 2026, um ano eleitoral (quando as despesas do governo aumentam) e último do mandato do presidente Lula.

É por esta e outras razões que o FMI está recomendando ao governo brasileiro que seja mais ambicioso no seu esforço fiscal. 

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