Agropecuária pede a Elmano uso de drones na pulverização aérea

Há pouco mais de três anos, lei estadual cearense estabeleceu a proibição, que prejudica a agricultura e que não existe nos demais estados. A tecnologia dos drones reduz a zero riscos de dispersão dos defensivos

Legenda: Drones como o da foto já são utilizados, com total segurança e correção, na pulverização de defensivos em grandes fazendas agrícolas brasileiras
Foto: Agência Brasil

Duas questões estão deixando preocupados, nos últimos dias, os empresários cearenses da agropecuária. A primeira é a proibição – aprovada por Lei estadual com o consentimento do governo na gestão de Camilo Santana – da pulverização aérea sobre as lavouras de frutas, hortaliças e grãos; a segunda é a falta de mão de obra para o trabalho de plantio e colheita da safra. 

O que se sabe é que, neste momento, há fazendas de produção, no sertão do Ceará, inclusive na Chapada do Apodi, impedidas de fazer a colheita por absoluta falta de trabalhadores, que preferem a ociosidade remunerada do Bolsa Família. 

Único estado brasileiro a proibir a pulverização aérea por motivos absolutamente ideológicos (no vizinho Rio Grande do Norte, cujo governo é, também, do mesmo PT, essa proibição não existe), o Ceará e sua agricultura seguem sendo apenados por quem produz nenhuma barra de sabão, nenhum pé de alface, nenhum melão, nenhum pimentão, nenhum litro de leite, nenhum ovo de galinha, mas produz o atraso de uma atividade econômica que emprega milhares de pessoas na geografia cearense.

Lideranças da agropecuária do Ceará mobilizam-se hoje para tratar diretamente com o governador Elmano de Freitas sobre a questão, tendo em vista que a agricultura necessita de defensivos capazes de enfrentar e superar as pragas e doenças que atacam suas lavouras, e sua boa, correta e eficiente aplicação. Na Chapada do Apodi, por exemplo, é necessário, é urgente que se faça agora a pulverização aérea com defensivos para proteger as áreas plantadas de soja e algodão. Se isto não for feito, cresce o risco de perda da safra deste ano. Lá, a situação das estradas vicinais, quase intransitáveis, também contribui para agravar o quadro.

Hoje, em parte da agricultura brasileira, a tecnologia de pulverização aérea já substituiu ou está, rapidamente, substituindo a chamada aviação agrícola – e o Brasil é dono da maior frota mundial desse tipo de aeronave. 

No lugar desses minúsculos aviões, as fazendas da agricultura brasileira moderna estão usando drones, que são veículos voadores não tripulados, também minúsculos, controlados à distância por pessoal especializado e programados por computador, o que reduz a praticamente zero o risco de dispersão da calda da pulverização. 

A tecnologia evoluiu, desenvolveu e colocou em operação um novo, prático, seguro e confiável método de aspergir defensivos sobre as áreas cultivadas de grãos, frutas, legumes e verduras.
 
O que é estranho e até inconcebível é que essa nova tecnologia não possa ser utilizada na geografia cearense por birra ideológica – partidos de esquerda, contrários à economia de livre mercado e à propriedade privada, conseguiram no Legislativo estadual a aprovação de um dispositivo legal que considera a pulverização aérea uma inimiga do povo cearense. Essa mesma pulverização é, todavia, livre em todos os demais estados da Federação.

Os que condenaram a pulverização aérea no Ceará são os mesmos que, no mesmo Parlamento e na mesma Lei, permitem a pulverização pela mão humana, aquela feita pelo trabalhador que, carregando nas costas um equipamento cheio de calda química, é obrigado a erguer a cabeça, a acionar uma bomba manual que asperge para o alto – no caso das lavouras de bananas – o fungicida que mata a sigatoka negra, o moleque da bananeira e a broca do rizoma, que são pragas que dizimam bananeirais.

Em vez de progredir, a agricultura do Ceará está sendo levada à regressão por culpa de legisladores mal-informados e mal-intencionados, ou seja, movidos pela intenção ideológica de inviabilizar as atividades da economia primária do estado, geradora de emprego, renda e divisas. 

Neste instante, o secretário do Desenvolvimento Econômico do Governo do Ceará, sociólogo e deputado Salmito Filho, integra, com mais 24 pessoas, uma Missão da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec) que está a conhecer, na Califórnia (EUA), as mais modernas tecnologias agrícolas do mundo, usadas na irrigação e em áreas de sequeiro. 

Salmito Filho mostra-se entusiasmado com o que já viu e está vendo lá. A dúvida é saber se ele terá o mesmo entusiasmo para convencer o governador Elmano de Freitas a permitir o uso de drones na pulverização aérea das áreas agrícolas do Ceará. Se isso acontecer, será um avanço extraordinário.

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