Teoria da conspiração não existe e Fortaleza precisa é jogar mais

Tricolor vem de quatro jogos sem vencer e atuações ruins, gerando insatisfação da torcida com desempenho do time

Legenda: Marinho é um dos que está devendo em 2024
Foto: Kid Jr/SVM

"Tá todo mundo contra a gente. Isso não é um discurso, é realidade. Porque quando você ganha muito, é assim mesmo, o pessoal se incomoda". Confesso que me surpreendi com as palavras de Marcelo Paz, CEO do Fortaleza, após a derrota por 1 a 0 para o Vitória, no último sábado (23). A declaração causa estranheza pelo conteúdo e pelo emissário. Sem falar que não ajuda a resolver em nada os problemas do clube.

Primeiro que teoria conspiratória não condiz com o perfil do dirigente.

Marcelo Paz é um cara que respeito bastante. Inteligente, educado, competente, vencedor, inovador em muitos aspectos e que indiscutivelmente é bom no seu papel. Costuma ter postura e posicionamento de equilíbrio, sempre centrado. O discurso contra tudo e contra todos não combina.

Para este colunista, o Fortaleza tem razão em reclamar de erros recentes de arbitragem (lances de mãos nos clássicos, gol de Marinho anulado), que acontecem por que há árbitros que são ruins mesmo. Da mesma forma, o Tricolor já foi beneficiado em outros momentos - para não ir longe, quem não lembra do pênalti contra o América-RN, que Marinho se jogou e não existiu, mas foi marcado.

O discurso se dá, na realidade, pelo momento ruim do time e por estarmos às vésperas de um Clássico-Rei extremamente decisivo na final do Campeonato Cearense. Marcelo é dirigente experiente e sabe disso. O Fortaleza não tem jogado absolutamente nada em 2024 - o que foi também reconhecido pelo dirigente - e precisa é resolver suas questões internas.

Tem muito jogador que precisa mostrar muito mais. A sensação é de que o comodismo está tomando conta de muitas peças do elenco, e isto é inaceitável pelo nível de investimento e trabalho feito para 2024.

Teoria da conspiração não existe e o Fortaleza tem é que se preocupar em jogar mais bola.