Será que a gasolina vai ficar mais barata?

Legenda: A Petrobras anunciou uma mudança na sua política de preços para combustíveis
Foto: Thiago Gadelha / SVM

Mawi uma vez, no último dia 16 de maio, ouvimos várias notícias sobre os preços dos combustíveis no Brasil e, como na maioria das vezes, não conseguimos entender por que o preço da gasolina aumenta tanto. Vamos conversar a respeito? O que é esta Nova Política de Preços da Petrobrás e como isso afeta a nossa vida?

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A Petrobras anunciou uma mudança na sua política de preços para combustíveis, que até então seguia de perto as variações de preços internacionais do petróleo. Foi anunciada ainda uma redução no valor cobrado pela estatal na venda de gasolina, óleo diesel e gás de cozinha para distribuidoras.

Embora a nova política leve em conta alguns fatores domésticos, como custos nacionais de refino reduzidos, ainda seguirá parâmetros internacionais. Isso não significa necessariamente que os preços dos combustíveis ficarão mais baratos. Mas, calma, vamos explicar melhor. Escolhi algumas perguntas para responder de forma mais prática.

1) Qual será a redução de preço?

De forma resumida, a mudança na política de preços da Petrobras tem o objetivo de trazer mais estabilidade e previsibilidade aos preços dos combustíveis no país.

Segundo informações divulgadas pela Petrobras, o preço dos combustíveis terá uma redução significativa: a gasolina terá um corte de R$ 0,40 por litro (-12,6%), o diesel terá uma redução de R$ 0,44 por litro (-12,8%) e o botijão de 13 quilos de gás terá um corte de R$ 8,97 (-21,3%).

Essa queda nos preços é reflexo da desvalorização internacional do petróleo e da valorização da moeda brasileira nas últimas semanas. No entanto, é importante ressaltar que outras variáveis, como o custo de distribuição e a margem de lucro dos postos de combustíveis, poderão impactar o preço final para o consumidor.

Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, estimou que, caso essas outras variáveis permaneçam constantes, o preço médio da gasolina comum pode passar de R$ 5,49 o litro para R$ 5,20; o diesel S10, de R$ 5,87 para R$ 5,18; e o botijão de gás terá um preço médio de R$ 99,87. No Ceará, percebemos uma queda real do preço nas bombas e

também do gás de cozinha. Sabemos que tais reduções vão se diferenciar pelos custos regionais, por exemplo.

2) Como posso conferir estas variações de preços?

Como bons brasileiros que somos, sempre desconfiamos e ficamos nos perguntando: mas até quando? Será que irá aumentar novamente? Será que esta nova política de preços é satisfatória?

De acordo com informações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), é importante ressaltar que a redução de preços anunciada pela Petrobras não é obrigatória para os postos de combustíveis, uma vez que os preços no mercado de combustíveis são livres no Brasil desde 2002 e não há tabela de preços máximos ou mínimos. Além disso, os preços podem variar de região para região, devido a fatores como os custos de distribuição e a concorrência no mercado de combustíveis em cada localidade.

É importante destacar também que o preço final da gasolina tipo C (comum) é influenciado pela variação do preço do etanol, que é misturado à gasolina. Para ter um parâmetro dos preços praticados em seu Estado, o consumidor pode acompanhar o monitoramento semanal da ANP, que divulga os preços médios praticados no país para gasolina, diesel, gás de cozinha e GNV. Mas é uma tarefa difícil para nós, consumidores, que queremos apenas que existam preços justos.

3) O que mudou, de fato, nesta nova Política?

Antes, a Petrobrás se formava seu preço com base no preço do petróleo praticado no mercado externo. Mas, curiosamente, sem sempre que o preço no exterior caía existia reflexo para nós consumidores. Então, de fato, nunca entendemos isso.

Agora, com esta nova política, o chamado custo alternativo levará em conta as principais alternativas de suprimento, incluindo concorrentes que ofereçam os mesmos produtos ou produtos substitutos, como o etanol. Já o valor marginal para a Petrobras levará em conta as diversas alternativas da empresa, como produção, importação e exportação do produto ou dos petróleos utilizados no refino.

A Petrobras também avaliará as alternativas de mercado para definir seus preços, levando em conta os custos e preços praticados em outras áreas, como produção e exportação.

Enfim, parece que, agora, teremos outras variáveis além do preço internacional do petróleo. E, isso, se bem utilizado, poderá trazer alternativas de redução de preços para um cenário mais realista com o Brasil.

No entanto, isso nos traz a mais uma questão.

4) Qual impacto desta nova política na minha vida real?

Muitas são as percepções e opiniões de especialistas em relação a esta mudança. O principal argumento contrário é que, de acordo com um ex-diretor da ANP, “os critérios anunciados na nova política de preços da Petrobras são vagos e não deixam claro qual será a tendência dos preços após os cortes anunciados.”

Apesar do discurso do presidente Lula indicar um desejo de manter preços mais baixos, o ex-diretor destaca que o governo tem um limite de até onde pode segurar um possível repasse da alta dos custos externos para o mercado interno, sob risco de desabastecimento doméstico.

Alguns analistas ainda afirmam que: “os preços das refinarias da Petrobras podem até cair alguns centavos em alguns pontos de entrega, mas não devem mudar de maneira significativa.”

E então, eu te pergunto: alguma vez esta política de preços foi clara para você? Qual cuidado a Petrobrás tem em esclarecer tais pontos, já que todos nós também somos donos da empresa?

Minha dica é: acompanhe os noticiários e aproveite abastecendo seu carro com valores mais justos. Até a próxima.

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*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.

 



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