
O presidente Michel Temer negou nesta sexta-feira (19) que tenha cometido crimes ou que tenha recebido doações eleitorais não permitidas pela Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em nota enviada pela assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, o peemedebista disse que, no diálogo gravado pelo empresário Joesley Batista, não fez nada pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
"Isso prova que o presidente não obstruiu a Justiça. Ele não recebeu valores, a não ser permitidos pela Lei Eleitoral e declarados ao TSE. Portanto, não tem envolvimento em nenhum tipo de crime", disse.
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No pedido de abertura de investigação feito ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, vê indícios da existência de três crimes contra o presidente: obstrução de Justiça, corrupção passiva e organização criminosa.
"Importante registrar que um dos delitos em tese cometidos é o de corrupção passiva, o qual, como é sabido, pressupõe justamente o exercício de cargo, emprego ou função pública por parte do agente", disse Janot.
Os empresários Wesley e Joesley Batista entregaram aos procuradores uma gravação em que Temer dá aval a um pagamento para comprar o silêncio de Cunha e do doleiro Lúcio Funaro, informou reportagem do jornal "O Globo". Os dois já estavam presos pela Operação Lava-Jato.
São alvos da mesma investigação o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado federal Rodrigo Loures (PMDB-PR), ambos afastados de seus cargos.