Eclipses de Setembro: Temporada de fins e recomeços

Escrito por
*Julianna Formiga producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 08:51)
Eclipse
Foto: Shutterstock / Jan Haz

Os eclipses sempre causaram fascínio e medo. Para nossos ancestrais, eram sinais de catástrofes, guerras e até a morte ou queda de reis. O nome vem do grego ekleipsis, que significa "desaparecer, deixar de existir". Afinal, o que mais assustava do que ver a luz – fonte da vida – subitamente ocultada? 

Mas, por trás desse temor, havia também reverência. Eclipses sempre foram vistos como marcos, fronteiras entre o que já não serve e o que precisa nascer. São fenômenos relativamente comuns – acontecem de 4 a 6 vezes ao ano –, mas carregam simbolismo profundo: são como chamadas da vida para mudarmos de rota.

Neste mês de setembro, teremos dois eclipses: no dia 7, um Eclipse Lunar Total em Peixes, e no dia 21, um Eclipse Solar em Virgem. O eclipse lunar ocorre na Lua Cheia, quando a Terra bloqueia os raios solares que iluminam a Lua. Nesse momento, ela pode adquirir tons vermelhos ou alaranjados, a famosa “Lua de Sangue”. Já o eclipse solar só acontece na Lua Nova, quando o satélite se alinha à frente do Sol, obscurecendo temporariamente sua luz.

O que o eclipse significa para nós?

Na astrologia, eclipses representam pontos de virada. No eclipse lunar, o passado é encoberto pelo presente. Velhos padrões emocionais vêm à tona para serem liberados: mágoas, medos, feridas antigas que já não cabem. É o momento de soltar. Já o eclipse solar fala de criação: após deixar algo para trás, precisamos decidir o que plantar. Que atitudes corajosas você está pronta para tomar? Que capítulo precisa, enfim, começar?

O corpo também sente. É comum cansaço, baixa imunidade, insônia. São dias de energia amplificada – convites à pausa, ao autocuidado e à escuta do próprio ritmo.

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Como aproveitar esse momento de eclipses?

Em vez de temer os eclipses, podemos vê-los como portais de revelação. Pergunte-se:

  • O que preciso deixar para trás?
  • Que hábitos merecem ser transformados?
  • Que decisão corajosa não posso mais adiar?

Muitos perguntam se é o momento de fazer rituais durante os eclipses, mas a recomendação é justamente o contrário: não ritualizar. O eclipse é um fenômeno de energia intensa e caótica, que abre portais difíceis de controlar. Em vez de tentar direcionar essa força, é mais sábio observar e acolher. Esses dias pedem silêncio, pausa, descanso, muita hidratação e atenção aos sinais sutis — um sonho, uma lembrança, uma intuição. É tempo de se deixar atravessar, e não de tentar conduzir.

E lembre-se: eclipses não têm tempo linear. Eles unem passado, presente e futuro, acelerando processos e abrindo clareiras em nossa vida. Se não escolhemos, eles escolhem por nós – limpando aquilo que já não sustenta a alma. Neste setembro, permita-se atravessar a sombra para acessar mais verdade e clareza. Não tema: apenas ouça o chamado.

Se antes nossos ancestrais temiam que o eclipse anunciasse a morte de reis, hoje entendemos que ele anuncia apenas a morte de velhos padrões. Não de pessoas, mas de versões de nós mesmos que já não precisam existir.

*Julianna Formiga é astróloga, terapeuta de caminhos, professora e jornalista. Atende e ministra cursos, palestras e jogos de autoconhecimento para empresas e escolas. Mestre em Semiótica das Mídias e em Reiki, além de Terapeuta Holística, desenvolveu a Cartografia da Alma com objetivo de orientar os caminhos de quem busca alinhar o seu ser e fazer no mundo.