Diretor de 'Emilia Pérez' corta contato com Karla Sofía Gascón: 'Não falei com ela nem quero falar'
Na semana passada, Jacques Audiard recebeu críticas ao dizer que espanhol era a "língua dos pobres"

Jacques Audiard, diretor de "Emília Pérez", se pronunciou sobre as recentes falas de Karla Sofía Gascón, protagonista do filme. "O que Karla Sofía disse é imperdoável”, opinou, em entrevista ao portal Deadline.
"Isso me deixa muito triste. A confiança que compartilhamos, a atmosfera excepcional que tínhamos no set que era de fato baseada na confiança. E quando você tem esse tipo de relacionamento e de repente você lê algo que essa pessoa disse, coisas que são absolutamente odiosas e dignas de serem odiadas, é claro que esse relacionamento é afetado", completou Audiard.
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Nas últimas semanas, Karla Sofía foi duramente criticada após publicações antigas dela virem à tona. Nas publicações, ela falava sobre a cultura muçulmana, a mobilização da comunidade negra após o caso de George Floyd nos EUA, e o próprio Oscar.
Sobre o assunto, o cineasta francês afirmou que cortou contato com a atriz. "Não falei com ela, e não quero falar. Ela está em uma abordagem autodestrutiva na qual não posso interferir, e realmente não entendo por que ela continua. Por que ela está se prejudicando? Por quê?", indagou.
Devido à repercussão, Karla foi afastada do material de divulgação de "Emilia Pérez", além de ter que custear as próprias viagens para a turnê de promoção do filme. Ela concorre com Fernanda Torres na categoria de Melhor Atriz no Oscar 2025.
Diretor também foi alvo de polêmicas
Na semana passada, uma fala de Jacques Audiard dita em agosto de 2024 repercutiu negativamente na mídia. Durante uma entrevista a um veículo francês, o cineasta falava sobre a escolha de fazer um filme em espanhol e disse que essa é uma língua “dos pobres, dos imigrantes”.
“Não queria que fosse em inglês, seria bizarro se fosse em francês... Seria como se fosse em alemão, absurdo. Virou um filme internacional quando eu disse: vamos cantar em espanhol. Era óbvio”, disse ele, ao site Konbini. “Outra coisa que me ocorreu foi que o espanhol é a língua dos países emergentes, modestos, dos pobres, dos imigrantes”, acrescentou.
O conteúdo levantou polêmica na Internet, com usuários latino-americanos lamentando a conduta do diretor. "Tudo relacionado a este filme só fica cada vez mais perverso. Vergonha internacional”, escreveu o compositor paraguaio Derlis González, em uma publicação no X (antigo Twitter). Até o momento, Audiard não se retratou publicamente das acusações.
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