Série "Apenas Cães" emociona ao contar histórias reais de cachorros e seus donos

Atração da Netflix aborda a ligação forte e companheira entre cães e seres humanos. Sem enveredar para o sentimentalismo, as narrativas ajudam a refletir sobre temas pertinentes e atuais

Escrito por Wolney Batista , wolney.batista@810verdinha.com.br

A relação entre cachorros e seus tutores já foi demasiadamente explorada em produtos audiovisuais. Abordar o amor puro de um companheiro de quatro patas é uma fórmula certeira para enternecer quem não resiste a um focinho e abanar de rabo. Mas é sem tocar no óbvio que a série “Apenas Cães”, lançamento recente da Netflix, emociona. 

Composto por seis episódios, cada um com cerca de 50 minutos, o seriado apresenta histórias reais da Costa Rica ao Japão, da Síria aos Estados Unidos. Em forma de documentário, a série revela a rotina de Corrine, uma menina que tem epilepsia em sua expressão mais grave. 

Após o diagnóstico, mãe, pai e irmã dedicam-se quase integralmente para acompanhar a garota. Em busca de tornar o dia a dia mais leve e dar independência à filha, a família ganha mais um integrante, Rory, um cão treinado para identificar as crises da doença. 

A ligação entre a menina e o cachorro é contada paralelamente ao trabalho feito por animais com essa função.
 
A história comovente da dupla não apela para o piegas ou clichê, ela apenas acontece. E, assim, a série envolve pelo o que é dito, mas é no não dito que alcança a sensibilidade. 

Em meio à guerra
O mesmo acontece na narrativa do segundo episódio, “Zeus está preso”. O portador do nome de um deus mitológico é um belo husky siberiano, que vive na Síria. Ele foi separado do seu dono, que precisou deixá-lo com um amigo, ao fugir às pressas da guerra

Agora, o amigo também pretende deixar o país e não há um novo lar para Zeus.

O episódio acompanha a saga do dono, que com a ajuda de uma ONG, tenta levar o cão para a Alemanha, onde encontrou refúgio.

O caso exemplifica e conduz o espectador a refletir sobre um assunto raramente explorado: a situação dos animais moradores de países em guerra. 

A atração foca também nos tosadores dos quatro cantos do mundo e na dedicação de um casal e seus ajudantes que trabalham diariamente em um santuário na América Central - o maior do mundo para cães -, que abriga 1.200 animais. 

“Cada cachorro merece ter um lar”, arremata, um dos fundadores do santuário, com a ideia que parece óbvia mas é cada vez mais importante ser repetida. 

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