Temporada de estreia da peça “As Malditas” termina nesta sexta (22)

O Rei Leal Coletivo Teatral montou o espetáculo, que entrou em cartaz no último dia 8, no teatro Morro do Ouro (TJA)

Escrito por Felipe Gurgel , felipe.gurgel@diariodonordeste.com.br

A provocação do espetáculo teatral “As Malditas” parte do apelo “tragicômico” da montagem do Rei Leal Coletivo Teatral (CE). Depois de duas apresentações realizadas pela temporada de estreia, o ator Gustavo Lopes conta que, de fato, a plateia às vezes não sabe se ri, ou se chora, ao acompanhar a encenação.   

“É algo muito novo pra gente que está apresentando, e pro público também. Tem os efeitos do riso e daquele momento que se torna mais dramático. Como (o espetáculo) se afirma como uma tragicomédia, o público fica meio tímido pra rir”, observa Gustavo. Ele e Alcântara Costa, também diretor da peça, encenarão “As Malditas” na próxima sexta (22), às 19h, no teatro Morro do Ouro (anexo ao Theatro José de Alencar).  

A data finaliza a temporada de estreia do espetáculo. Além das apresentações dos últimos dias 8 e 15, “As Malditas” teve uma espécie de “pocket-show” realizado no pátio do Cuca Jangurussu, em janeiro passado, que serviu de ensaio geral para a sequência no Morro do Ouro. 

“Somos dois atores em cena. E o texto é do Saulo Queiroz (PB). A gente adaptou a obra, e trazemos o imagético muito voltado pra arte barroca. O cenário é produzido pelo Alcântara também, bem artesanal. E nós já temos uma sintonia de muito tempo: trabalhamos com o coletivo desde 2014”, situa Gustavo Lopes.

O Rei Leal Coletivo Teatral traz no repertório os espetáculos “Conversa de Ladeira” e “O Auto do Rei Leal” (este baseado na obra de Shakespeare). Com experiência no teatro de rua, o grupo resolveu montar “As Malditas” para o palco italiano, tradicional.  

“Aí a gente foi pesquisar, procurar apoio pra realizar o projeto. O que tem vindo de feedback do público tem sido muito bom: muita gente bate papo com a gente depois do espetáculo. E, graças a Deus, temos casa cheia sempre”, celebra Gustavo. 

Embora o teatro do Morro do Ouro seja limitado para 90 espectadores, o ator conta que “As Malditas” caberia bem em palcos maiores. “A cenografia é adaptável”, justifica.     

Texto 

A montagem do grupo cearense é a segunda adaptação cênica para o texto de Saulo Queiroz. Alcântara Costa, ao viajar pelo circuito de festivais de teatro no Nordeste, conheceu o autor e, posteriormente, sua obra. “Ele é super gente boa e liberou o texto. Tudo que a gente faz, manda pra ele, que divulga lá na Paraíba”, situa Gustavo Lopes. 

Para refletir sobre o apelo do novo espetáculo, Gustavo observa como os atores levaram ao palco tradicional o espírito “de peito aberto” do teatro de rua. O ator coloca que ele e Alcantâra procuraram experimentar na montagem “um pouco mais da sutileza, do ‘econômico’ nas Malditas, mas sem perder a potência do teatro”, percebe.  

Serviço 
Encerramento da temporada de estreia do espetáculo teatral “As Malditas”, do Rei Leal Coletivo Teatral (CE). Nesta sexta (22), às 19h, no teatro Morro do Ouro, anexo do Theatro José de Alencar (Rua Liberato Barroso, 525, Centro). Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Contato: (85) 3101.2583
 

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