Entenda os prós e contras das substâncias preenchedoras permanentes

“Fazer bonito nas fotos” é a causa de 55% das intervenções plásticas em 2017, em comparação com 13% em 2013, segundo levantamento da AAFPRS

Escrito por Redação ,

Especialistas alertam: substâncias preenchedoras permanentes como silicone, PMMA ou metacrilato, que são absolutamente sintéticas, podem provocar reações imediatas ou tardias ao corpo, pois não conseguem ser absorvidas pelo organismo.

De acordo com Marcelo Kyrillos, cirurgião e diretor do Grupo Ateliê Oral, a busca desenfreada pela “beleza a qualquer custo” tem feito muitas vítimas no Brasil. Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) mostram que os procedimentos mais realizados atualmente são os da face e que o número de operações como implantes de silicone e lipoaspiração têm crescido, em média, 10% ao ano no País. Já a Sociedade Brasileira de Odontologia Estética (SBOE) estima que a busca pelas lentes de contato dentais aumentou aproximadamente 300% nos últimos anos.

“As pessoas não podem banalizar os procedimentos. Aparentemente, podem não ser complicados, mas precisam ser realizados por profissionais reconhecidos e ativos em suas sociedades médicas para evitar qualquer problema à saúde”, informa Kyrillos.

Material 

De acordo com o dermatologista Alberto Cordeiro, o PMMA é uma sigla para polimetilmetacrilato, material utilizado para preenchimentos corporais. Ele é um tipo de plástico, apresentado em um formato de microesferas e, por ser um implante definitivo, pode causar complicações, como a formação de nódulos, enrijecimento da região, infecção, alergias, dor crônica e rejeição do organismo.

O especialista recomenda o uso de preenchimentos temporários, que são feitos com ácido hialurônico. “É muito importante saber a procedência do material, se é compatível com a pele, se é aprovado pela Anvisa para ser usado no país”, esclarece.

Segundo o médico, o preenchimento labial é feito com ácido hialurônico, pois é mais seguro e o material costuma desaparecer depois de 1 ano. Porém, o efeito estimulador de colágeno provocado faz o resultado durar um pouco mais. O produto vai embora, mas deixa o estímulo preenchedor. “Com ácido hialurônico conseguimos ir moldando o lábio à medida que a paciente envelhece com mais harmonia”.

As duas principais contraindicações são para pessoas que possuem alguma doença autoimune, como o lúpus, e grávidas. Se o paciente tiver herpes labial e infecções na boca recorrentes ou estiver doente, com pneumonia, ou alguma infecção, ele também não deve realizar o procedimento. “O problema de se colocar uma substância permanente no lábio é que, depois de 10 ou 20 anos, ela pode passar a não fazer mais sentido estando ali, pois a arcada dentária vai mudar de configuração durante esse período”, explica Cordeiro.

Autoestima 

Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), as pessoas que se sentem infelizes por problemas estéticos normalmente têm a autoestima afetada. “Fazer bonito nas fotos” ou “tirar selfies melhores” são motivo para 55% das intervenções plásticas em 2017, em comparação com 13% em 2013, segundo levantamento da Academia Americana de Plástica Facial e Cirurgia Reconstrutiva (AAFPRS). O estudo também identificou que 56% dos cirurgiões pesquisados notaram um aumento no número de clientes com menos de 30 anos de idade.

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