Homens ainda são maioria a ocupar as cadeiras da ACL

Nos 124 anos da Academia Cearense de Letras, somente 13 mulheres conquistaram espaço

Escrito por Redação ,
Legenda: Rachel de Queiroz foi a primeira mulher a ingressar na ABL

Pelas 40 cadeiras da Academia Cearense de Letras (ACL), a mais antiga do País, já passaram 190 acadêmicos ao longo dos últimos 124 anos de existência da instituição. Destes, 177 são homens e apenas 13 são mulheres, incluindo entre elas a mais nova imortal, escritora Révia Herculano.

Ocupante da Cadeira 22, Alba Valdez abriu precedente para as conquistas femininas na ACL ao ser a primeira empossada, em 1922. Jornalista, contista, cronista, memorialista, biógrafa e romancista, ela fundou e foi presidente da Liga Feminista Cearense (1904), primeira agremiação literária de mulheres no Estado.

Depois de Alba, vieram Henriqueta Galeno, em 1951, Cândida Galeno, em 1960, Noemi Elisa Aderaldo, em 1988, Marli Vasconcelos, em 1990, Rachel de Queiroz e Beatriz Alcântara, em 1994, Regine Limaverde, em 1996, Ângela Gutierrez, em 1997, Giselda Medeiros, em 2000, Natércia Campos, em 2002, Lourdinha Leite Barbosa, em 2013 e Révia Herculano, em 2018.

> Révia Herculano toma posse nesta quarta-feira (7) como membro da ACL

À escritora Rachel de Queiroz também atribui-se o status de pioneira, visto que foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras (ABL), na cadeira número 5, cujo patrono é Bernardo Guimarães, em novembro de 1977.

Na época, a cearense concorreu contra o jurista Pontes de Miranda para a vaga de Cândido Mota Filho, e venceu o pleito por 23 votos contra 15 dados para o rival e um em branco.

Já na ACL, Rachel foi eleita em 1994, por ocasião do centenário da instituição, e ocupou a vaga deixada por Moreira Campos na cadeira 32, cujo patrono é Ulisses Pennafort.

Para Révia Herculano, dar continuidade a histórias como essa é motivo de orgulho. "É um espaço que nós mulheres estamos abrindo. A gente se impõe e consegue. Tudo é uma imposição, é essa escalada que a mulher faz", pontua.

A escritora lembra que em um passado não tão distante a figura feminina era submetida quase que exclusivamente às tarefas domésticas e comemora a transformação. No futuro, quem sabe, seremos mais.

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