Festival de Dança da Academia Vera Passos chega à 29ª edição com dois espetáculos

A apresentação dos espetáculos 'Reciclapet' e 'Manifesto', infantil e adulto, respectivamente, ocorrem entre os dias 6 e 10 de dezembro no Teatro RioMar Fortaleza

Escrito por Mylena Gadelha , mylena.gadelha@diariodonordeste.com.br

Grandiosidade parece ser a palavra principal para definir como deve se estruturar o 29º Festival de Dança da Academia Vera Passos. Entre o período que vai de hoje, quinta-feira (6), a segunda-feira (10) deste mês, os espetáculos Reciclapet e Manifesto, um infantil e outro adulto, serão apresentados ao público no que a própria Vera, idealizadora e professora de dança da Academia, define como a vontade de "ensinar o respeito à arte da dança".

Referência no meio desde a fundação, em 1980, o espaço é conhecido por trazer espetáculos que reúnem características da música, dança, teatro, técnica circense e tecnologia, que se articulam no palco. Cidades como Joinville e até mesmo Nova York já receberam montagens da academia.

"Antes era tudo mais simples. Porém, com o nosso crescimento a cada ano, os espetáculos hoje exigem muito mais esmero. Sempre existe uma grande expectativa dos alunos, pais e público, que costumam ser bastante fiéis", começa ela ao relembrar como as primeiras montagens do festival.

Dois em cena

Dessa vez, ela explica, são dois espetáculos que ganham a atenção do público. No que é protagonizado pelos pequenos, o Reciclapet, é contada a história de uma garrafinha pet que fica desolada ao descobrir que será descartada no lixo após ser utilizada, perdendo assim toda sua utilidade.

Segundo Vera, a intenção vai além de trazer o encanto das coreografias: deseja abrir os olhos de quem assiste. "Nós também queremos com isso que todos se liguem mais nesse tema de sustentabilidade. Que tenham mais consciência ambiental e saibam que o meio ambiente necessita dos nossos cuidados", diz.

Na montagem dos adultos é a liberdade de expressão o foco temático. Em "Manifesto", os movimentos, sejam os simples ou os mais elaborados, buscam colocar nos holofotes na questão da diversidade. "Aqui nós queremos mostrar que cada indivíduo é livre para mostrar seu ponto de vista sobre qualquer assunto ou situação. Somos livres pra pensar, criar e expressar", diz Vera.

De quem dança

Para os que sobem ao palco para dançar, a preparação não poderia ser mais intensa. Dedicação e paciência, assim como a grandiosidade lá do início, parecem estar na lista de palavras de ordem dos bailarinos.

Maria Victoria Maia, de 15 anos, é uma das bailarinas que se apresentam tanto em 'Reciclapet' como em 'Manifesto'. Para ela, os últimos meses da temporada de ensaios têm sido sinônimo de atenção e, porque não, de expectativa crescente.

"Esse período começa por volta de agosto e se intensifica principalmente no fim de outubro, até o festival. Nossos ensaios ocorrem durante todos os dias, no começo da tarde até a noite, o que é bem puxado e cansativo, mas tão divertido que posso dizer com certeza que para mim é a melhor época do ano", comenta animada com a proximidade da estreia.

Sobre a importância de eventos como esse para fomentar a dança no Estado, a jovem acredita na capacidade de torná-los ainda mais comuns. "Eu penso que a dança é um veículo de arte fundamental. Nele, nós bailarinos buscamos, por meio da linguagem corporal, expressar sentimentos e protestar pelo que acreditamos e, assim, espalhar nossa arte representando o Ceará no País e no mundo", se posiciona.

Desafios e responsabilidades

Justamente por esse viés da importância da arte que Vera reforça a necessidade de tornar possível o festival todos os anos. "É difícil, mas também muito prazeroso quando vemos que conseguimos ensinar o respeito à arte e à disciplina que a dança exige tanto para crianças de 3 anos quanto para adultos já formados, por exemplo".

Ser referência da dança no estado nos proporcionou muitas conquistas no país e no mundo. Isso nos deixa muito felizes e a cada dia com mais sede de superação - Vera Passos

Em relação ao futuro, ela comenta que ainda não existe nenhum formato novo pensado para o festival, mas que a necessidade de inovar é sempre uma constante. "Com certeza teremos algo inovador", garante ao deixar um convite aberto aos amantes da dança.