Desfile da Paraíso do Tuiuti pode atrair novos visitantes ao Museu do Ceará

Equipamento cultural do Estado serve de morada para o caprino desde os primeiros anos de funcionamento

Escrito por Roberta Souza , roberta.souza@diariodonordeste.com.br

O bode homenageado pela Tuiuti é um dos moradores mais antigos do Museu do Ceará, no Centro de Fortaleza. O equipamento, criado em 1932 com status de primeira instituição oficial museológica do Estado e aberto ao público em janeiro de 1933, recebeu o animal taxidermizado logo nos primeiros anos de funcionamento. Morto em 1931, ele foi doado pelo dono, como conta o educador patrimonial Gerson Linhares.

"Magalhães Porto era um boêmio, gerente de uma empresa de importação e exportação de curtume (couro cru processado). Ele comprou o bode (de uma família de retirantes do sertão) para depois matar e vender a pele. Mas se apaixonou tanto por ele que desistiu", detalha.

A diretora do Museu do Ceará, Carla Vieira, reconhece que Ioiô configura-se como um objeto interessante na dinâmica de funcionamento do Museu do Ceará.

O bode proporciona uma outra abordagem: de que a história é também cotidiana, é também social. Ele não é um grande nome ligado a um grande fato, mas um animal, um personagem popular e vinculado ao humor do cearense", acredita ela.

Carla guarda expectativas sobre um aumento de visitantes no equipamento após o desfile na Sapucaí. "É uma forma de publicidade. O bode é claramente a grande estrela do museu. Há pessoas que chegam aqui pra vê-lo e perguntam: 'É aqui que mora o bode?'. A gente acredita que depois dos desfiles essa publicidade será maior, o que vai trazer aumento de público no museu", afirma. Afinal como diz o samba-enredo, "isso aqui iô iô é um pouquinho de Brasil".

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