Confirmado secretário, Fabiano Piúba define prioridades para Secult

A reabertura da Biblioteca Pública do Estado é uma das ações preferenciais de Piúba, que continua à frente da Secretaria da Cultura do Estado no segundo mandato do governador Camilo Santana

Escrito por Roberta Souza , roberta.souza@diariodonordeste.com.br
Legenda: O secretário Fabiano Piúba pretende manter equipe de adjuntos e proporcionar mais integração entre a Cultura e outras pastas do governo
Foto: FOTO: Camila Lima

Após uma conversa "prática e objetiva" na manhã de ontem (29), na residência do governador, Fabiano Piúba aceitou o convite para seguir comandando a pasta da Cultura no segundo mandato de Camilo Santana. Ele foi o 12º nome confirmado. "Já tínhamos recebido a sinalização e estávamos aguardando a formalização", contou o secretário.

Na gestão da Secult desde fevereiro de 2016, Piúba disse, em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste, que objetiva continuar com a equipe atual de adjuntos pelos próximos quatro anos. Um relatório do que passou já está pronto para ser apresentado ao governador. É com base nas críticas e apontamentos para a qualificação das políticas culturais que o grupo deve trabalhar a partir do dia 1º de janeiro de 2019.

Para o secretário, a convocação dos primeiros funcionários concursados pela Secult, o aprimoramento da relação com as secretarias municipais e a "revisão muito substancial do capítulo do financiamento e do mecenato" na Lei do Sistema Estadual de Cultura são fatores importantes nessa avaliação.

A prioridade de Piúba, no entanto, é a entrega de um equipamento que já vai para o seu quinto ano em reforma: a Biblioteca Pública Estadual Governador Menezes Pimentel. "Queremos reabri-la no primeiro semestre", sinalizou, enfatizando a modernização arquitetônica e interna do espaço, que contará com novo mobiliário e acesso livre aos livros. "A gente 'rasgou' todas as paredes. Não vai ter mais balcão, excetuando para o setor de obras raras", adiantou.

Literatura

O secretário destacou ainda que lá funcionará um Laboratório de Criação Literária integrado a Escola Porto Iracema das Artes, cuja coordenação ficará a cargo do escritor cearense radicado em Pernambuco Ronaldo Correia de Brito. "Estamos convidando também outros escritores como Tércia Montenegro, Socorro Acioli, Alan Mendonça e Ricardo Kelmer para participar desse projeto da biblioteca na interface com outras linguagens", disse.

Sobre a Bienal do Livro, aliás, ele confirmou a realização do evento com o tema "A cidade e os livros", entre os dias 19 e 28 de abril de 2019, com a curadoria geral da escritora Ana Miranda, junto à professora Inês Cardoso (UFC) e ao escritor Carlos Vasconcelos. A programação, que contará com atrações internacionais, deve ser anunciada na segunda quinzena de janeiro.

Parceria

Sobre a relação com o Instituto Dragão do Mar (IDM), responsável por gerir oito equipamentos culturais, Piúba ressaltou ser preciso "aprimorar esses processos de gestão" e que isso passa por "uma questão de qualificação" que a Secult deve responder "concretamente" com os mais de 100 novos servidores concursados.

Além disso, dentro de uma perspectiva de "centralidade na agenda de formação artística e cultural", o secretário adiantou que outras parcerias devem ser firmadas. A novidade é a política de intersetorialidade e transversalidade da Cultura com outras pastas.

"Educação sem cultura é só ensino, segurança pública sem cultura é só repressão e assistência social sem cultura é assistencialismo", enfatizou Piúba. "Vamos dar um foco na juventude através do programa Superação, que vai ser lançando pelo governador em 2019, formando os jovens para o mercado e para a vida. O fato de Maia Júnior estar assumindo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico nos dá um aliado importante, porque ele tem essa noção de economia criativa".

Sobre estratégias para garantir o desenvolvimento das políticas federais mesmo com a extinção do Ministério da Cultura (MinC), que funcionará como secretaria a partir de 2019, Fabiano pareceu otimista.

"Existe uma mobilização dos segmentos artísticos e culturais, e da própria sociedade. Estou como presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Cultura dos Estados e temos uma tese de que, ao longo dos últimos quatro anos, quem segurou a política cultural foram os estados e municípios. A gente que segurou essa onda e nós vamos continuar segurando, sobretudo a partir do Ceará, que está se reafirmando enquanto Terra da Luz", finalizou.