"Como Treinar o Seu Dragão 3" diverte e faz refletir sobre decisões importantes a serem tomadas

Longa consegue mostrar o que a franquia de animação bilionária sabe fazer de melhor: reforça a relação entre Soluço e Banguela, rendendo belos e alegres momentos na telona

Escrito por Mylena Gadelha , mylena.gadelha@diariodonordeste.com.br

Ainda em 2010, a história de Soluço e Banguela ganhou as telas do cinema e arrebatou corações de jovens e adultos. Na época, vimos o nascimento da amizade entre o garoto viking e o dragão, mesmo que todas as circunstâncias se mostrassem contra: os animais mitológicos eram vistos como inimigos daquele povo. Entretanto, foram as diferenças e também as fraquezas que encantaram os dois.

O sucesso desde então foi impressionante. Logo depois do primeiro lançamento, Como Treinar o Seu Dragão teve uma das maiores bilheterias da Dreamworks Animation e recebeu indicações ao Oscar nas categorias Melhor Filme de Animação e Melhor Trilha Sonora.

Agora, chegou a vez do encerramento da franquia bilionária - já foram mais de US$ 1 bilhão ao redor do mundo - e o desfecho não poderia ser mais emocionante para os fãs.

Ao contrário do que se pode imaginar, mesmo estando em um lugar confortável para encerrar uma trama, a animação usa o relacionamento entre os personagens como uma forma de conceder ainda mais profundidade ao filme.

Importância de amadurecer

Em Como Treinar o Seu Dragão 3, os vikings e dragões continuam unidos após os eventos dos longas anteriores e têm que lidar com uma nova ameaça. Um caçador de Fúrias da Noite, espécie de Banguela, põe em perigo tudo que conseguiram construir, incluindo a segurança de Berk.

Nesse meio-tempo, o longa aposta no desenvolvimento das caras já tão conhecidas do público, que também ganharam espaço no serviço de streaming Netflix, por exemplo.

Soluço chega a grandes questões como governante dos vikings e, além disso, lida com as pressões acerca do relacionamento com Astrid. Enquanto isso, Banguela conhece uma Fúria da Luz, o que pode mudar o curso da história da aldeia na qual ambos vivem.

Para o espectador, não há como não ver o despertar de uma pequena faísca de emoção. Com autorreferências capazes de trazer a sensação de nostalgia, a nova sequência da franquia fala sobre as dores advindas do crescimento e do medo em enfrentar o desconhecido.

As lágrimas ao presenciar esse processo na pele de personagens tão queridos parecem até mesmo inevitáveis dentro da sala do cinema.

É justamente a noção de encerramento que se prolonga desde as primeiras cenas até os créditos. Por aqui, ela é essencial para trazer as memórias de Soluço e Banguela, além de também possibilitar o entendimento da mensagem de aceitação repassada.

O humor, como não poderia faltar, concede o divertimento que deve agradar os mais pequenos e os que acompanharam as aventuras ao longo destes oito anos.

Legenda: Em toda a sua plenitude, "O Mundo dos Dragões" pode ser conferido na nova película

Fim agridoce

Em entrevista à revista Entertainment Weekly, o diretor Dean Deblois alertou sobre o fim capaz de despertar tristeza e alegria.

Neste longa, inclusive, ele entrega uma das cenas mais bonitas e emocionantes da história, onde é possível enxergar o "mundo dos dragões" em toda plenitude, trazendo a certeza do cuidado com um produto e o respeito com o fim tão aguardado.

Porém, os horizontes para as novas produções não parecem ter chegado ao fim. Com a introdução de novos personagens, criados inicialmente para os livros de Cressida Cowell, pode-se acreditar que esse universo ainda possa ser revisitado em algum momento.

A certeza é de que vale a pena ir ao cinema de coração aberto para entender através desses personagens, com boas risadas, como a amizade e o amor são essenciais em diversas decisões da vida.

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