Série de mortes estaria ligada a rituais satânicos

Escrito por Honório Barbosa - Colaborador ,
Legenda: Segundo a Polícia Civil, as mortes ocorreram da mesma forma. Todas com um tiro na nuca. Antes, pediam para a vítima fazer orações
Foto: FOTO: HONÓRIO BARBOSA

Os acusados dos assassinatos de, pelo menos, quatro pessoas no Sítio Canto, no Distrito de Suassurana, Zona Rural de Iguatu, foram apontados pela Polícia Civil como "psicopatas e assassinos em série", que teriam a intenção de matar mais pessoas. "Eram 'serial killers'. Escolhiam pessoas vulneráveis psicologicamente, de forma aleatória. Estavam tentando matar mais gente. Faziam rituais satânicos após as mortes", afirmou o titular da Delegacia Regional de Iguatu, Marcos Sandro Nazaré de Lira.

Os delegados de Polícia Civil, Marcos Sandro Lira, e Wesley Alves, apresentaram, no fim da tarde de ontem, a conclusão do primeiro dos quatro inquéritos em andamento na Delegacia de Iguatu. "As mortes ocorreram da mesma forma: com um tiro na nuca, do lado esquerdo. Antes, pediam para a vítima colocar um pano sobre a cabeça, para fazerem orações. Por trás, atiravam", revelou Lira.

Os acusados dos crimes, identificados como Gleudson Dantas Barros e Roberto Alves da Silva, estão presos na Cadeia Pública de Iguatu e vão responder pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação e vilipêndio de cadáver e corrupção de menores. Outro envolvido diretamente nos assassinatos era o adolescente Sâmio Bessa, que se suicidou na cidade de Deputado Irapuan Pinheiro, no Sertão Central.

"De acordo com o Roberto Silva, o menor matou três, exceto a amiga dele, Ane Jaqueline da Silva, que estava desaparecida desde junho do ano passado", contou o delegado. "Quem matou a menina foi Roberto. Após a morte, fizeram inscrições de um pentagrama no corpo e o adolescente bebeu sangue dela, pois queria poder, dinheiro e mulheres, que seriam dados por Satanás. Ele dizia que se matasse mais gente seria especial". A mão da Jaqueline foi colocada em sal grosso, em um recipiente, jogado em cima da casa.

Na residência onde as mortes ocorreram, moravam Roberto Silva e a mãe dele, uma idosa de 90 anos. "O adolescente teria aproximado Roberto e o pai de santo, Gleudson Barros, sob a justificativa de que este teria coragem de fazer rituais satânicos", explicou Sandro Lira.

De acordo com as investigações, o trio tentou levar outras pessoas para a 'casa da morte', inclusive outras três mulheres e dois rapazes, mas não deu certo porque alguns estavam viajando ou recusaram o convite a participar da festa e visitar o sítio.

Casos

O primeiro caso a ser descoberto, em 23 de maio último, foi o do estudante, Jheyderson de Oliveira. O universitário estava desaparecido há cinco dias, quando foi achado enterrado, no Sítio Canto. Uma denúncia anônima levou a Polícia ao local. Ele foi morto dia 18 de maio, segundo os investigadores.

Após as apurações e interrogatório dos acusados, Roberto Silva revelou que havia outros corpos. Os policiais civis e militares e uma equipe do Corpo de Bombeiros localizaram, nos dias seguintes, as ossadas de Ane Jaqueline da Silva, que se supõe ter sido morta no dia 30 de junho de 2017, após desaparecer da Cidade de Deputado Irapuan Pinheiro. O corpo dela estava em um dos cômodos da casa.

Acredita-se que Mikael de Souza Melo foi atraído ao local e morto em 12 de outubro de 2017; já Francisco de Assis de Lima, o 'Vilmar', foi morto em 1º de dezembro de 2017. A Polícia investiga outros casos de pessoas desaparecidas, entre elas, Manoel da Silva, o 'Neo'. "Mikael foi morto no Sítio Jazigo e somente 60 dias depois levado para o Sítio Canto. Cortaram a cabeça dele e a colocaram em um altar", contou o delegado Sandro Lira. O delegado não descarta a possibilidade de outras mortes relacionadas ao trio.

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