Registros de roubos e furtos caem 40% no Centro da Capital

Porém, a população continua insegura em transitar e trabalhar no bairro; uma loja foi arrombada, ontem

Escrito por Redação ,

As ocorrências de roubo e de furto diminuíram aproximadamente 40%, no Centro de Fortaleza, no primeiro quadrimestre deste ano, em comparação a igual período do ano passado. Em contrapartida, transeuntes e trabalhadores da região mais movimentada da capital cearense continuam se sentindo inseguros com a violência urbana.

Os dados positivos foram apresentados em reunião da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL Fortaleza), ontem. Entre janeiro e abril de 2017, a Polícia registrou 913 Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVP) - roubos em geral - no Centro. Em igual período de 2018, foram 549 ocorrências no bairro, o que significou uma redução de 39,9% no índice.

A queda percentual de furtos foi a mesma. Nos quatro primeiros meses do ano passado, foram 1.207 ocorrências. No ano corrente, o número caiu para 726. Fevereiro deste ano foi o mês em que foram registradas as maiores reduções: 47,7% nos roubos (passando de 216 casos para 113) e 56,7% nos furtos (caindo de 353 crimes para 153).

O titular da SSPDS, André Costa, atribuiu a queda nos índices a dois fatores. Um deles é o reforço do efetivo policial, com o emprego de mais 120 agentes de segurança na região, divididos em patrulhamento a pé e por bicicletas e motocicletas: "A gente tem feito um trabalho especial desde o ingresso dos policiais militares, em novembro. É uma região estratégica para o Estado, para a Capital, porque tem a maior população flutuante, centenas de milhares de pessoas, diariamente, andam no Centro. E também é uma região que tem equipamentos turísticos".

O outro motivo é a aproximação da SSPDS com os lojistas e a sociedade civil como um todo, segundo Costa. "A gente tem sempre buscado uma aproximação e construir essas soluções de segurança, não só com a Polícia, mas se aproximando também da sociedade civil organizada. A gente tem uma parceria boa com a CDL, que sempre está nos relatando mais problemas. Estudamos estatísticas, que são georreferenciadas, e assim escolhemos os locais e as mudanças que temos que fazer no policiamento para evitar novos crimes", completou o secretário.

O presidente da CDL, empresário Assis Cavalcante, ressaltou a importância do reforço policial: "Sempre que se fala em um contingente maior de policiais para o Centro da cidade, certamente ficamos felizes. Com o policial presente na rua, você tem a sensação de segurança. É isso que a população precisa, principalmente frequentadores do Centro, que são em torno de 600 mil pessoas, e onde trabalha 64 mil pessoas".

André Costa acrescentou que o bairro irá receber reforço policial para o Dia das Mães, no próximo fim de semana, e anunciou a implantação de uma Unidade Integrada de Segurança (Uniseg) no Centro, até o fim do semestre, com mais de 520 agentes de segurança.

Arrombamento

No mesmo dia em que as autoridades apresentaram números positivos da segurança, uma grande loja de eletroeletrônicos, localizada no cruzamento das ruas São Paulo com General Sampaio, foi arrombada e furtada por criminosos, durante a madrugada.

A reportagem apurou que três homens invadiram a loja, ao quebrarem o portão com um veículo Chevrolet Prisma de cor preta, roubado no dia anterior, por volta de 4h. Vários celulares e televisões foram furtados.

Ao todo, a Polícia registrou 1.275 roubos ou furtos, no Centro, no primeiro quadrimestre deste ano, o que representa uma média diária de 10 crimes. A melhora dos números não é suficiente para tranquilizar todas as pessoas que passam pelo bairro.

O dono de uma loja de roupas, que preferiu não se identificar, afirmou que tem medo que o seu empreendimento seja alvo de uma ação criminosa, como a que ocorreu na madrugada de ontem: "Eu já botei uma proteção na porta, grade atrás, estou pagando vigia de rua, porque tenho a informação que roubam direto. Temos câmeras também, mas não adianta de nada, e vou instalar alarme. Segurança não tem, a gente conta com a sorte".

Já o motorista Moésio Cursino teme por transitar nas movimentadas ruas do bairro. "Aqui no Centro não tem segurança. Já presenciei muitos assaltos. O pessoal toma bolsa, ninguém vê Polícia. Eu não me sinto seguro, você tem que estar ligado 100%, toda hora", afirmou.

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